O início desta semana foi marcado por agitações no cenário político brasileiro. Tal rebuliço se deve à decisão do ministro do STF, Edson Fachin, de anular todas as sentenças de Lula na Lava Jato. Com grande impacto institucional no governo Bolsonaro, a medida redesenhará as eleições de 2022.
É sabido que o atual chefe do executivo utilizará todos os recursos populistas para se fortalecer diante do adversário petista, mesmo que isso resulte deixar de lado as promessas reformistas que o elegeram ao Palácio do Planalto.
Os desdobramentos desse agravamento político, inclusive, já está perceptível: real desvalorizado, inflação em alta, desemprego atingindo taxas recordes, empresas brasileiras fugindo do país, empresários com negócios paralisados pela pandemia, dentre tantos outros.
Clima de insegurança deve aumentar
Buscando manter sua popularidade em alta, o presidente Bolsonaro pode deixar de de lado o peso de suas ações populistas que, de certa forma, se assemelham às bandeiras históricas levantadas pelo petismo.
Durante seu primeiro pronunciamento após a decisão do STF, o ex-presidente Lula fez um discurso intervencionista alinhado ao desejo do atual chefe do executivo. Atacou as privatizações, com ênfase na Petrobras, e defendeu a volta do crescimento baseado em investimento público – ato praticamente impossível no cenário atual.
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A decisão de Fachin pode ser vista como uma manobra para tentar preservar a Lava Jato, evitando um efeito cascata de anulações de processos. Ademais, a reabilitação de Lula acontece no penúltimo ano da gestão de Bolsonaro, período no qual o mandatário enfrenta um caos na Saúde e Economia.
Como forma de mudar esse cenário, a inércia de Bolsonaro diante da campanha de vacinação e o discurso “anti-máscara” dos últimos meses mudou repentinamente diante do risco petista. O slogan “Nossa arma é a vacina”, por exemplo, surgiu da noite para o dia.
Por tudo isso, a reviravolta no cenário político fez com que vários partidos políticos redesenhassem suas estratégias. A partir de agora, o centro pode acabar sendo espremido entre dois grandes polos, assim como aconteceu nas eleições de 2018. Resta aguardar os próximos acontecimentos da corrida eleitoral que, apesar de dar as caras somente no ano que vem, já aponta a queima de largada desde já.
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