Empréstimos mais caros: Copom deve aumentar taxa de juros pela 1ª vez desde 2015

Mudança na Selic simboliza um movimento de alta que deve permanecer até o final do ano, sobretudo em razão do aumento da inflação.



A partir desta terça-feira, 16, o Banco Central (BC) deve alterar o curso da taxa de juros básica (Selic) após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Passados seis anos de manutenção e queda, é esperado que ela volte a subir, saindo da casa dos 2% ao ano, posição que ocupa desde agosto do ano passado.

Estima-se que a nova taxa seja divulgada nesta quarta-feira, 17, após o horário de fechamento do mercado. A última vez que a Selic subiu foi em 2015, ao saltar de 13,75%, em junho, para 14,25%, em julho. O valor foi mantido até agosto de 2016, período de início da queda.

O que dizem os especialistas

Sobre o aumento, boa parte dos especialistas aguardam uma alta de 0,5 ponto percentual, indo dos 2% atuais para 2,5% ao ano. Estudiosos da área econômica mais conservadores enxergam um aumento de apenas 0,25 ponto percentual, o que retomaria a Selic para o patamar de junho de 2020. Já os mais otimistas apostam em uma alta de até 0,75 ponto percentual na próxima atualização.

Ouvida pela CNN Business, a Genial Investimentos acredita em uma taxa de juros de 2,5% a partir desta quarta, com possibilidade de projeção a 4% no final do ano. “O BC encara uma situação desafiadora. A lenta recuperação econômica, em conjunto com o recrudescimento da pandemia, implica em viés de baixa na inflação de serviços e nas demais medidas de núcleos (alto desemprego é um fator de baixa para a inflação de serviços ao longo deste ano e do próximo).”

Segundo Paloma Brum, analista da Toro Investimentos, a mudança na Selic simboliza um movimento de alta que deve permanecer até o final do ano. Para ela, com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulando 1,1% nos últimos dois meses, o sinal de alerta foi ligado.

Por tudo isso, uma coisa o mercado concorda: os juros devem aumentar para que a inflação seja controlada, sobretudo após projeções do Focus, que apontam previsões de IPC a 4,6%, ante os 3,98% aguardados na semana passada.

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