A pandemia da Covid-19 desencadeou uma crise econômica que vem afetando milhões de brasileiros. Para apoiar esses cidadãos, o Governo Federal criou o auxílio emergencial no ano passado. Com o agravamento da situação nos últimos meses, o programa foi retomado em 2021, sendo que a nova rodada de pagamentos começou no dia 06 de abril.
Assim, muitos se perguntam se existe a possibilidade do auxílio emergencial ser novamente prorrogado após a conclusão dos pagamentos das quatro parcelas previstas para este ano. A resposta é sim, há chances do benefício continuar depois de julho. É o que diz um levantamento realizado pelo InfoMoney.
O site especializado em investimentos e educação financeira perguntou a 13 analistas políticos se eles acreditam na possibilidade de prorrogação do programa. Para 77% dos profissionais ouvidos, considerando a piora na situação sanitária do país, o auxílio emergencial pode sim ser estendido, garantindo o pagamento de novas parcelas até dezembro. Outros 15% disseram ser pouco provável que isso ocorra.
Sobre a possibilidade da implementação de um novo decreto de calamidade pública, 46% dos entrevistados responderam que existe uma grande probabilidade, devido às situações decorrentes da pandemia.
Outra medida considerada pelo Governo Federal é a criação de uma PEC para incluir gastos extraordinários destinados ao enfrentamento da crise econômica e sanitária. A proposta abriria brechas no orçamento deste ano, liberando cerca de R$ 35 bilhões acima do teto sem a realização de cortes em emendas parlamentares.
O valor seria utilizado para novos pagamentos do Benefício Emergencial (BEm) e programas de crédito para apoiar microempresas, além de medidas relacionadas ao combate da Covid-19 no país, como a compra de vacinas e insumos para a campanha de vacinação. Contudo, muitos parlamentares são contrários à proposta, apelidada nos bastidores como “fura teto”.
Emendas sugerem mudanças no auxílio emergencial 2021
Para liberar o auxílio emergencial em 2021, o governo federal reduziu o número de pessoas contempladas e o valor das parcelas do programa. A medida que instituiu o programa prevê o pagamento de quatro parcelas de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375, dependendo da composição familiar do beneficiário.
Contudo, muitos parlamentares vem sugerindo mudanças no pagamento do auxílio. Atualmente existem cerca de 282 emendas alterando diversos pontos do programa, a maioria deles relacionados ao valor do benefício. Muitos políticos defendem que as parcelas voltem a ser de R$ 600, com cota dupla para as mães que são chefes de família, assim como ocorreu em 2020.
Existem emendas que propõem outros valores para o auxílio, mas todos maiores do que aquele pago atualmente. Contudo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defende que é necessário trabalhar de acordo com a realidade brasileira, e que retomar as parcelas de R$ 600 está fora da realidade orçamentária do país.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também descarta a possibilidade de aumento no valor das parcelas do auxílio. “Se você aumenta esse valor sem, do outro lado, ter as fontes de recursos corretas, você traz de volta a hiperinflação, ou não precisa nem falar em hiper, traz uma inflação de dois dígitos, como era antigamente, com juros altos, e o resultado final é desemprego em massa, 40 milhões de brasileiros invisíveis num lado, e o imposto mais cruel de todos sobre os mais pobres, que é a inflação”, justifica.
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