A taxa de inflação do Brasil acelerou mais do que o esperado em novembro, disseram autoridades na quarta-feira, destacando a dificuldade do Banco Central em controlar os preços enquanto a maior economia da América Latina luta com uma moeda em queda e uma recuperação estagnada da pandemia.
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A taxa de inflação anual ficou em 10,73 por cento em novembro, ante 10,67 por cento em outubro, disse o IBGE.
Enquanto isso, a taxa de inflação mensal atingiu a maior alta em 19 anos de 1,17%, pior do que o aumento previsto pelos analistas.
Isso afeta diretamente a média de salário mínimo para 2022. O salário é reajustado de acordo com a taxa de inflação.
De acordo com as novas projeções, o salário mínimo em 2022 teria que ser estabelecido em cerca de 1210 reais.
Inflação
Os preços dos combustíveis e alimentos foram os principais responsáveis pelo aumento, disse o IBGE.
Como muitos países, o Brasil está lutando contra o aumento dos preços à medida que a escassez relacionada à pandemia atinge as cadeias de abastecimento globais.
Mas poucos bancos centrais agiram de forma tão dramática quanto o Brasil para conter a inflação. Ele elevou a taxa básica de juros em incríveis 150 pontos base em 27 de outubro, para 7,75 por cento – sua sexta alta consecutiva – e disse que outro aumento da mesma magnitude seria provável em dezembro.
O diretor de política monetária do banco, Bruno Serra, disse em entrevista recente que uma resposta ainda maior pode ser necessária.
Além das pressões sobre os preços globais, o Brasil está lidando com uma moeda em queda que está tornando as importações mais caras.
O real perdeu muito valor de mercado em relação ao dólar em novembro, impulsionado pelo nervosismo dos investidores, alimentado pela manobra do presidente Jair Bolsonaro para contornar o teto de gastos constitucionais do Brasil e financiar o Auxílio Brasil.
As medidas vêm no momento em que o líder de extrema direita se prepara para buscar a reeleição em outubro contra seu principal rival, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.