Uber: Cancelamento de corridas continuará recorrente em 2022?

Passageiros que sofrem com o aumento dos preços e do tempo de espera querem saber sobre o futuro da empresa.



Cancelamentos recorrentes, tempo de espera mais longo e preços mais altos se tornaram comuns para quem usa aplicativos de transporte no Brasil. Em 2021, o aumento dos preços dos combustíveis afetou as operações das empresas de setor e acabou pesando para consumidores e motoristas parceiros.

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Segundo Marcos Fernandes, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), não há indícios de que haverá uma melhora em 2022. Para ele, a incerteza sobre a valorização do real impede uma leitura precisa sobre o futuro dos preços dos combustíveis, já suas cotações são atreladas ao dólar.

O economista atribui a atual desvalorização do real ao que chama de “efeito Bolsonaro”. De acordo com ele, “são incertezas geradas pela falta de governança.”

A perda de valor da moeda brasileira e a consequente alta nos preços dos combustíveis é causada principalmente pelo cenário de instabilidade política e institucional vivido no país. Isso tem tornado o horizonte de empresas como Uber e 99 no Brasil cada vez mais incerto.

Cancelamentos

Os cancelamentos de corridas se tornaram prática comum entre os motoristas, que precisam selecionar as chamadas para garantir seu sustento na profissão. Para os trabalhadores, percursos curtos muitas vezes não oferecem nem o suficiente para cobrir gastos com manutenção do carro e combustível.

Muito além do preço da gasolina, a inflação também atingiu outros componentes importantes para os motoristas. O IBGE apurou as seguintes altas no ano passado: óleo lubrificante (17,92%), pneus (25,29%), veículos usados (14,57%), veículos novos (14,05%) e aluguel de veículos (7%).

Incentivos

Na tentativa de ajudar os trabalhadores e manter suas operações no país, as empresas de aplicativo implementaram políticas de incentivo. As campanhas e parcerias oferecem descontos nos combustíveis, ganhos por indicações de novos motoristas, sorteios, adicionais para corridas específicas, entre outros.

A Uber disse em nota que está “implementando uma série de iniciativas que buscam promover o reequilíbrio do mercado no curto e no longo prazo”.

Já a 99 afirmou que “está dedicando esforços da companhia para retomar o equilíbrio do marketplace, de maneira a continuar garantindo renda aos motoristas parceiros sem onerar financeiramente o usuário, mantendo assim o nível de demanda na plataforma”.

Mesmo assim, o presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo (AMASP), Eduardo Lima, afirma que as medidas são insuficientes. “Eles deram um aumento de 10% no valor da corrida. Porém, só no ano passado, a gente teve um aumento de 50% só no valor do combustível […] é um jogo de enganação”, criticou.




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