Após o período mais crítico da pandemia, a previsão era de crescimento para o setor do agronegócio em 2022, que sofre há dois anos com alguns obstáculos. Dentre eles podemos citar a alta do dólar, que encarecesse os custos de produção, a escassez de insumos, aumento dos combustíveis, falta de contêiners e os efeitos climáticos.
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Não bastassem esses empecilhos, a deflagração da guerra entre Rússia e Ucrânia no dia 24 de fevereiro pode agravar ainda mais esse cenário pouco otimista. E um dos setores que podem ser afetados é o do agronegócio brasileiro.
O que acontece é que, por estarem sob sanções comerciais, tanto a Rússia quanto sua aliada Belarus – dois grandes fornecedores mundiais de matérias-primas para a indústria de adubos – interromperam seu fornecimento a outros países. O resultado disso é a dificuldade no cultivo e a consequente alta nos preços dos alimentos.
Fornecimento de insumos
O Mar Negro e o Mar de Azov, que banham a costa da Ucrânia, agora são zonas intransitáveis para os navios comerciais. E isso tem afetado todo o transporte marítimo da região, incluindo o de adubos e fertilizantes para o cultivo.
A demora no tempo das viagens também aciona valores de seguros e de fretes, que serão repassados aos donos de lavouras espalhados pelo Brasil e depois aos consumidores, no aumento de preços dos alimentos.
Segundo a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Tereza Cristina, o momento é de equilíbrio e cautela. Ela declara que, por enquanto, o país possui estoques para suprir a demanda de fertilizantes.
Nesse meio tempo, o governo federal conversa com o setor privado na tentativa de encontrar outras formas de fornecimento do insumo. A ministra, vale destacar, esteve recentemente em vista à Rússia para tratar do tema e também no Irã, visto como uma segunda alternativa para amenizar a escassez de produtos do agronegócio.