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Empréstimo Auxílio Brasil: crédito de R$ 3.000 pode virar dívida de R$ 5.000

Especialistas do mercado financeiro acreditam que juros das contratações podem chegar a 5% mensais. Margem consignável aprovada é de 40%.



O recém-sancionado empréstimo Auxílio Brasil pode trazer problemas financeiros às famílias beneficiárias. Isso porque um crédito de R$ 3.046,54 pode se transformar em uma dívida de R$ 5.760. No cálculo, considera-se a utilização de uma margem consignável de até 40% do benefício.

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O Auxílio Brasil teve o valor reajustado e pagará no mínimo R$ 600 às famílias beneficiárias a partir do próximo dia 9 de agosto. No entanto, essa quantia tem prazo de validade, até dezembro de 2022, o que pode comprometer por bastante tempo a renda de quem contratar um crédito usando o programa como garantia para os pagamentos.

Taxas de juros

Em suma, o beneficiário que tomar um empréstimo consignado Auxílio Brasil poderá passar os próximos 2 anos recebendo os recursos do programa com descontos em folha de até R$ 240 – valor da margem consignável aplicado sobre o piso do programa.

O pagamento da modalidade consignado é diferente na comparação com outras opções disponíveis no mercado, pois o valor das parcelas é descontado diretamente do benefício ou salário (no caso de trabalhadores). Por possuir baixo risco de inadimplências, os juros aplicados costumam ser menores.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Profissionais e Empresas Promotoras de Crédito e Correspondente (Anesp), Edison Costa, os juros mensais cobrados por quem solicitar o crédito do programa de transferência de renda deve ficar em torno de 5%, ou um pouco abaixo ou pouco acima.

Enquanto isso, financeiras e promotoras de crédito que realizam pré-cadastros falam em taxas de 4,99% ao mês, o que representa 79% ao ano. No entanto, simulações também apontam para taxas iniciais de 5,88% ao mês ou 98% ao ano.

Risco de endividamento

Antes mesmo da publicação da Lei 14.431, que autorizou essa operação de crédito, no Diário Oficial da União (DOU) do dia 4 de agosto, financeiras e operadoras já iniciavam cadastros prévios de pessoas em busca do empréstimo Auxílio Brasil.

A expectativa é que apenas bancos maiores, como o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF), decidam oferecer a modalidade no seu catálogo de serviços. O BB declarou que ainda analisa a possibilidade de operar a linha, enquanto a Caixa afirmou que aguarda a regulamentação das condições da operação para dar início às contratações.

Outras instituições, como o Santander, Itaú, C6 e BMG anunciaram que não vão oferecer o empréstimo aos beneficiários do programa social. O Bradesco ainda está avaliando essa possibilidade, mas a princípio essa linha não deve vigorar.

Por tudo isso, é importante destacar que a margem consignável, parte usada para comprometer o empréstimo, aplicada sobre o benefício é a mesma para todos os beneficiários. Boa parte dos credores fala em uma quantia de R$ 2,6 mil, porém, dependendo do lugar, o montante oferecido às famílias interessadas pode chegar a R$ 3 mil.




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