Desde o surgimento das fintechs com suas contas digitais, o mercado financeiro não foi mais o mesmo. Isso porque passou a ser mais vantajoso deixar o dinheiro rendendo nesses bancos digitais do que na poupança, por exemplo. Mas como nada dura para sempre, as regras do jogo parecem ser outras mais uma vez.
Leia mais: Recurso do Nubank libera R$ 5 mil no cartão na hora. Veja como ativar
Com a subida da Selic, a taxa básica de juros, deixou ade ser vantajoso para as fintechs oferecerem altos rendimentos. O efeito disso foi a redução do percentual de rentabilidade ou mudança no prazo de pagamento de juros por algumas delas.
Nubank e PicPay: contas digitais trazem mudanças
O caso mais atual é do Nubank, que anunciou em julho a retirada da rentabilidade diária da conta corrente para novos depósitos. Agora, o serviço continua oferecendo a tradicional remuneração de 100% do CDI, mas só a partir do 30º dia de aplicação, como uma espécie de pagamento retroativo.
O ponto negativo é que o usuário que sacar antes desse prazo só terá ganhos sobre o saldo remanescente, ao contrário do que acontecia antes, quando o rendimento era considerado a cada dia.
Além do Nubank, o PicPay, que já chegou a oferecer rendimento de 210% do CDI, percentual capaz de render ganhos até duas vezes maior que recursos investidos no Tesouro Direto atrelado à taxa Selic, hoje em dia oferece rentabilidade de 102%. Além disso, o rendimento começou a ter cobrança de IOF no primeiro mês de investimento.
A partir dessa mudança, muitas pessoas estão com dúvida se mantêm ou não o dinheiro em uma conta digital.
Mas, afinal, ainda vale a pena deixar o dinheiro em conta digital?
De acordo a educadora financeira, Lai Santiago, apesar das alterações nas taxas e prazo de rentabilidade das contas de bancos digitais, que tinham como característica principal a liquidez diária, elas ainda continuam valendo a pena.
Para ela, não compensar o cliente ficar pulando de “galho em galho” para sempre obter as melhores remunerações, pois isso pode fazer com que os rendimentos da aplicação sejam anulados pelos custos dos impostos e a cobrança do IOF.
Já para o sócio do fundo de investimentos RPS Capital, Thalles Franco, a mudança no rendimento oferecido aos usuários se dá em razão da pressão por rentabilidade que startups e instituições financeiras têm recebido de investidores. A previsão é que, futuramente algumas dessas empresas enfrentarão dificuldades para sobreviver.