Em uma tentativa de conter a inflação que só cresce no país, o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, vai congelar valores de até 1,5 mil produtos e controlar as variações por meio de um aplicativo. A medida foi declarada pelo ministro em uma entrevista à rádio do país na qual ele afirmava que o projeto tem o nome de “Mi Argentina”.
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Com isso, os argentinos poderão consultar os valores de um item pelo celular e denunciar o estabelecimento que estiver cobrando algo acima do que foi estabelecido. A questão é que mesmo com o congelamento de preços, as companhias ainda terão algumas vantagens. Massa garantiu, por exemplo, que as empresas que aderirem às novas medidas poderão ter acesso ao mercado de câmbio do país e também receberão incentivos fiscais.
Caso aprovado, a solução terá uma duração de 120 dias. Sendo assim, está previsto para dezembro de 2022 até março de 2023. Os estabelecimentos que não cumprirem as regras impostas estarão sujeitos a receber multas de até 240 milhões de pesos (equivalente a R$ 7,84 milhões).
Preços ainda não estão definidos
Ainda de acordo com Sérgio Massa, a medida deve acometer cera de 86% dos itens mais utilizados no período de congelamento. Dessa forma, é previsto que alimentos, bebidas, produtos de higiene e de limpeza tenham os seus preços mantidos de dezembro de 2022 a março de 2023, contudo os valores que serão cobrados nesta época ainda não foram definidos pelas autoridades.
Segundo o secretário do Comércio argentino, Matías Tombolini, há uma negociação em andamento entre o governo e as entidades industriais. O intuito da negociação é de manter fixos os valores acordados de 1,2 mil a 1,5 mil produtos das marcas líderes em venda no país. As informações são do jornal Clarín.
Brasil já teve congelamento de preços
A medida visada pelo responsável pelo Ministério da Economia da Argentina já foi realizada quatro vezes no Brasil nos últimos 36 anos. Dessa forma, o congelamento tinha o objetivo de tentar conter o avanço da alta inflação dos alimentos que estava ocorrendo no país.
Fernando Collor de Mello e José Sarney foram os ex-presidentes que permitiram a fixação dos preços como forma de segurar o avanço da inflação. Essa medida foi possível devido a quatro planos diferentes que ocorreram nos seguintes anos:
- Plano Cruzado: 1986;
- Plano Bresser: 1987;
- Plano Verão: 1989;
- Plano Collor: 1990.