O Brasil tem a sexta maior indústria automotiva do mundo, tendo produzido cerca de 2,24 milhões de carros em 2021. Mesmo com a alta produção das montadoras no país, a média de idade dos veículos em circulação é a mais alta registrada desde 1995. Ela está estabelecida em dez anos e meio de uso, de acordo com uma pesquisa do Sindipeças.
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Durante o mandado do ex-presidente Fernando Collor, o chefe do executivo afirmava que o Brasil era o país das “carroças” nas ruas bem na virada da década de 80 pra 90. Com o atual cenário, é possível afirmar que estamos voltando para àquela realidade? A compra de um carro novo nunca foi tão difícil para os brasileiros.
O Renault Kwid, com três anos de uso, está avaliado em mais de R$ 40 mil no mercado de carros usados enquanto o mesmo modelo novo estava valendo R$ 33.290 em 2019. Entenda o que está acontecendo.
Aumento dos preços para melhorar os carros usados
De acordo com o sócio da Bright Consulting, Cassio Pagiarini, o aumento de preço dos carros mais baratos ocorreu devido a grande necessidade de incorporar todas as medidas de segurança, eficiência energética e emissões. Ao adicionar melhorias nos veículos, os seus preços também aumentam consideravelmente.
No entanto esse não é o único motivo que nos leva à atual situação do país.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes (Anfavea), o aumento da taxa de juros cobrada reduziu o número de vendas. Isso ocorre devido ao fato de o público depender do financiamento e encontrar maiores barreiras bancárias, visto a dificuldade de receber a concessão dos bancos.
Dessa forma, é possível notar que a única parcela da população que não é afetada com as mudanças é a com maior poder aquisitivo. Como prova, os carros mais vendidos na atualidade são os SUVs, de maior valor de compra. O líder em vendas é o Fiat Strada, uma picape. A maior parte desses modelos estão acima dos R$ 100 mil hoje.
Diante do contexto apresentado, é possível chegar à conclusão de que o Brasil está andando para trás no que diz respeito à renovação de sua frota. Ademais, as perspectivas para o futuro, pelo menos a curto prazo, não apontaram para uma possível mudança neste cenário.
