O que houve com a Caixa? Bancos privados lideram os financiamentos imobiliários

A liberação de crédito via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) está mais burocrática pela Caixa. Bancos privados ganham espaço mesmo com juros mais altos



Conseguir crédito imobiliário para o financiamento da tão sonhada casa própria ficou mais difícil neste final de ano. Isso porque a Caixa Econômica Federal tem feito contingenciamento na liberação de crédito via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

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É por meio desse sistema que os bancos são autorizados a captar recursos via caderneta de poupança. A informação é do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ).

Empréstimos

Para se ter ideia, o SBPE responde por 45% dos empréstimos no país. Portanto, o impacto da demora na análise e na recusa do crédito pela Caixa Econômica Federal é cada vez maior, uma vez que o banco historicamente tem as melhores taxas do sistema.

Antes de tudo, a situação fica mais aparente quando se observam os números fornecidos por algumas imobiliárias. Elas apontam que os bancos privados forneceram a maior parte dos financiamentos, mesmo tendo taxas maiores.

Segundo representantes da imobiliária Viana Ribeiro, por exemplo, das oito vendas feitas por meio de financiamento no mês de novembro, apenas uma foi pela Caixa Econômica Federal. Para a imobiliária, as dificuldades que a Caixa vem colocando para novos financiamentos freiam, inclusive, a busca por imóveis, prejudicando o mercado.

Bancos Privados

O cenário também é diagnosticado por outras imobiliárias, como a Julio Bogoricin, também localizada na capital fluminense. A princípio, a empresa sinaliza que a documentação exigida pela Caixa também está mais completa, embarreirando o financiamento.

Por outro lado, a Caixa se justifica afirmando que a concessão de crédito obedece a critérios internos de governança, com base no contexto de mercado, monitoramento de seus produtos e estratégias.

Condições

A Caixa Econômica Federal oferece quatro opções de linhas de financiamento imobiliário com recursos SBPE para aquisição de imóvel novo ou usado. São elas: Taxa Referencial (a partir de 8,5% ao ano mais TR), Poupança Caixa (a partir de 2,80% mais remuneração da poupança), IPCA (a partir de 3,95% mais IPCA) e Taxa Fixa (9,75%). Nos dois primeiros casos, o prazo é de 420 meses, já no terceiro, de 240 meses. Em Taxa Fixa, 360 meses.

  • Santander – No caso do Santander, o financiamento imobiliário residencial pratica taxa a partir de 9,49% ao ano + TR. Vale lembrar que as operações também têm taxas administrativas e seguros obrigatórios. Além disso, o comprometimento de renda é de até 35%.
  • Banco do Brasil – Em tal instituição, as taxas partem de 7,93% ao ano + TR. O financiamento vai até 80% para imóveis residenciais (R$ 5 milhões). Nesse ínterim, vale dizer que um benefício apresentado é a ferramenta “mês-pula”, que permite escolher um mês por ano sem cobrança da parcela, diluída ao longo do cronograma da operação.
  • Bradesco – Há dois modelos de precificação para imóveis residenciais. O tradicional é composto por 9,50% ao no + TR. Ao mesmo tempo, o pós-fixado (Poupança Mais) composto de taxa fixa 9,16% ao ano composta por 2,99% ao ano mais 6,17% ao ano (teto do rendimento da poupança).
  • Itaú Unibanco – O Crédito Imobiliário com Juros da Poupança (pós-fixada) tem taxa a partir de 3,45% ao ano mais rendimento da poupança e atualização do saldo devedor pela TR. Por fim, o Crédito Imobiliário Tradicional (taxa de juros prefixada) tem taxa a partir de 9,5% ao ano do início ao fim do contrato, com atualização do saldo devedor pela TR.

Foto: fizkes/Shutterstock




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