Você já ouviu falar em tabelar juros? Essa é uma prática usada para definir e determinar uma tabela com valores específicos de juros a serem aplicados em empréstimos, financiamentos ou em outras operações financeiras. Muitos especialistas consideram que tabelar juros pode promover grandes prejuízos.
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Isso, é claro, tanto para o mercado financeiro quanto para os consumidores, isso por causa de vários motivos. Mas agora, um projeto de lei vai contra a opinião dos entendedores. Entenda melhor ao longo do texto.
Projeto prevê teto de juros para crédito rotativo
O projeto é de autoria do líder do União Brasil na Câmara, o deputado Elmar Nascimento, e prevê a criação de um teto destinado ao juros cobrados pelos bancos no crédito rotativo do cartão de crédito. A média de juros atual é de 14%. Se a proposta entrar em vigor, a taxa reduziria para 8% mensal.
Os analistas do setor financeiro já estão iniciando a avaliação dessa situação e consideram um prejuízo no sellside.
Em um relatório recente, o Santander calculou que o Nubank poderá sofrer uma redução de US$ 144 milhões em seu lucro anual graças ao fato de os cartões de crédito representarem 82% da carteira do banco, uma vez que o crédito rotativo corresponde ao percentual de 7% dessa parte.
Analistas financeiros consideram uma má ideia
Segundo as estimativas do analista Henrique Navarro, a participação do crédito rotativo nos empréstimos de cartão de crédito deve aumentar nesse ano. Tudo será estimulado pelo aumento da carteira de crédito e por um ambiente macroeconômico mais difícil.
No momento, o projeto de lei está na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados e não precisará chegar às mãos de alguém do plenário. Se passar pelas aprovações da Comissão de Constituição e Justiça e do CTF, seguirá diretamente para o Senado.
Outras estimativas feitas pelo Itaú BBA e pela Leduc apontaram cenários semelhantes de queda no lucro para Nubank e Banco Inter. Outro analista comentou que o governo teria de considerar os impactos que o PL traia para o consumo: “Boa parte dos clientes novos de cartões, de baixa renda, não vão ganhar mais cartão ou vão ter os limites reduzidos. Então quem vai sofrer é o bom pagador.”, avaliou.