Câmbio manual vai acabar? Carros automáticos já são os mais vendidos

Popularidade dos SUVs compactos aumentou as vendas de carros automáticos no Brasil e acelerou a queda do câmbio manual no país.



Os carros automáticos têm ganhado cada vez mais relevância na venda de automóveis. Nos últimos dez anos, a mudança já se mostra bastante expressiva. Em 2012, os veículos com câmbio manual diziam respeito a 79,8% dos carros novos vendidos no ano. Em 2022, foram apenas 37,7%, segundo dados da consultoria Jato.

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O segmento dos SUVs compactos, que foi o mais representativo nas vendas de 2022, trouxe consigo também o crescimento das vendas de carros automáticos, passando de 54% em 2018 para 67% em 2022. A tendência é que isso aumente ainda mais no país, já que a categoria tem apenas três modelos com câmbio manual.

O câmbio automático, apesar disso, ainda é mais caro, o que tem um impacto final a depender do fabricante. Na Fiat, por exemplo, a diferença é de exatos R$ 6 mil para o Cronos Drive 1.3, visto que a versão do Renault Duster com câmbio automático sai por R$ 11 mil a mais do que o manual.

“Dez anos atrás, as transmissões automáticas equipavam tipicamente veículos premium, com um volume bem menor de aplicação. Hoje, em países desenvolvidos, esta tecnologia já ultrapassa 90% e essa crescente participação no Brasil permite redução de custos por ganho de escala e também pelo aprimoramento de materiais, componentes e tecnologias”, explicou Murilo Briganti, da Bright Consulting.

Com o avanço dos automáticos, câmbio manual vai sumir?

Pelo menos no curto prazo, não. Os carros manuais ainda têm uma forte presença entre as picapes compactas, por exemplo. Dados da Bright Consulting mostram que apenas 11% delas são automáticas, porém, entre as intermediárias, foram a maioria (85%, desde 2019).

Já a maioria do mercado de manuais é representado pelos compactos com motor 1.0 aspirado, como VW Polo e Virtus, Chevrolet Onix e Hyundai HB20.

“Os carros vendidos no Brasil hoje têm preço médio de R$ 137.852. Esse valor gera uma barreira de acesso à compra, e as montadoras precisam criar um portfólio para atrair os diversos perfis. Dessa forma, se faz necessário reduzir ou adicionar menos conteúdo tecnológico para reduzir o preço”, disse Briganti.

Tirando as picapes compactas e os carros 1.0 aspirados, os manuais representam um quinto do mercado brasileiro.




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