A Uber vai começar a aceitar cadastros de motoristas de táxi no seu aplicativo de transporte. Ainda não há data para implementação da novidade, mas entidades representantes dos taxistas e os próprios parceiros da empresa se opuseram a ela.
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A alternativa de pedir um táxi por meio da plataforma já existe em São Paulo, e agora deve chegar a Belo Horizonte. Segundo a companhia, o preço das viagens do Uber-Táxi será parecido com o do Uber Black.
Para os motoristas parceiros, esse é justamente o problema. Muitos afirmam que investiram bastante dinheiro em veículos de padrão mais alto para rodar na categoria black e conseguir um retorno maior. Eles acreditam que a nova opção deve reduzir a demanda por suas corridas.
A revolta foi tanta que alguns trabalhadores pediram a ajuda do vereador Wesley Moreira (PP), que falou sobre o assunto em suas redes sociais.
“Nós temos motoristas de aplicativos que fizeram investimentos acima de R$ 100 mil para poder rodar na categoria ‘black’ e aumentar a renda. Mas agora, com a colocação do táxi na plataforma, nós teremos uma grande diminuição de serviços para essa categoria”, escreveu.
Segundo ele, a inclusão é “imoral” porque os taxistas possuem benefícios que os motoristas da Uber não têm, como a “compra de veículos com desconto nos impostos, vagas exclusivas para embarque, desembarque, pontos de descanso, entre outros”.
Sindicato se opõe
O Sindicato dos Taxistas também demonstrou sua indignação a respeito da situação e pediu aos profissionais que não entrem na plataforma. “Estamos sendo assediados pelo nosso maior inimigo, aquele que levou muitos taxistas à depressão profunda, perderam casas e renda”, disse o presidente da entidade, João Paulo de Castro.
Segundo Castro, a adesão ao Uber é incoerente do ponto de vista ético, além de existirem outros aplicativos que acolhem os taxistas de forma mais positiva.