O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) firmou nesta sexta-feira (14) 15 acordos com a China, incluindo a cooperação entre as nações na área de semicondutores. Diferentemente dos Estados Unidos, que proibiram o uso de produtos chineses na área de telecomunicações, o Brasil e China mostram querer se aproximar cada vez mais.
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Com os acordos, o Brasil mostra também que deseja atrair investimentos de empresas chinesas como a Huawei, e não vetará a instalação de uma fábrica chinesa de semicondutores no país.
O governo brasileiro ofereceu, ainda, incentivos para que a BYD, montadora de carros elétricos, instale sua fábrica na Bahia.
Além da cooperação em semicondutores, os acordos firmados incluem a construção de um sexto satélite para monitorar a Amazônia e o desenvolvimento de tecnologias como 5G, internet e segurança cibernética. Os dois países também concordaram em explorar mecanismos para cooperar nas áreas de pesquisa científica, tecnológica e inovação industrial, incluindo o intercâmbio de cientistas e trabalhos científicos.
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O interesse do Brasil em atrair investimentos de empresas chinesas na área de telecomunicações é notável e tem chamado a atenção de especialistas nos EUA e Europa. Durante a viagem, o presidente Lula visitou um centro de pesquisa da Huawei em Xangai. A empresa chegou a ser banida dos EUA no governo Trump por supostos riscos de espionagem.
Com a aproximação, o Brasil deseja desenvolver a tecnologia de semicondutores em solo nacional com a ajuda da China. Durante a visita, Lula também se reuniu com executivos da BYD e ofereceu um novo incentivo para que a montadora consiga instalar sua fábrica de carros elétricos na Bahia.
A marca estava perto de assumir uma antiga fábrica da Ford, mas a negociação pelo parque industrial de Camaçari travou. A oferta do governo brasileiro inclui um local alternativo onde a BYD possa construir uma nova planta do zero caso a Ford desista do negócio.
Os acordos firmados com a China demonstram a intenção do Brasil de fortalecer sua parceria com o país asiático, principalmente no setor tecnológico. Com a cooperação em semicondutores e outras tecnologias, o país poderá alavancar seu desenvolvimento e atrair mais investimentos de empresas chinesas.