Não há dúvidas que o uso do azeite é mais recomendado do que o óleo de cozinha. No entanto, um dos impedimentos para que os brasileiros usem mais azeites em suas preparações é o preço do item, que pode atingir valores absurdos dependendo de sua origem. Pensando nisso, o Estadão convidou especialistas para avaliarem azeites de até 50 reais que são encontrados nas prateleiras dos supermercados.
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Desse modo, forma levados em consideração três quesitos: frutado (aroma, amargor e picância). Porém, o especialista Ricardo Castanho, afirma que os azeites dessa faixa de preço são muito semelhantes sensorialmente. Ou seja, quase todas as marcas apresentam algum tipo de defeito em relação ao aroma e à fermentação do fruto.
Porém, o especialista afirma que o produto é saudável, mesmo que seu sabor possa ser menos intensificado. “Os azeites avaliados têm 75% de gordura monoinsaturada, portanto são produtos saudáveis”, garante Ricardo Castanho.
Os três azeites “menos piores” de até 50 reais
O teste foi realizado às cegas, na Padaria Le Blé, em São Paulo. Durante o teste, os jurados receberam 20 amostras de azeites de uma só vez, sem indicação de qual seria qual. Assim, entre uma prova e outra, eles beberam água com gás e comeram fatias de maçã verde para limpar o paladar e não ter influência de um produto sob o outro.
Dessa forma, os três azeites com melhor qualidade que podem ser encontrados nos supermercados por até R$ 50 são:
- 1º lugar: Las Doscientas (Chileno);
- 2º lugar: O.live & Co (Chileno);
- 3º lugar: Cocinero (Argentino).
Quais foram os azeites avaliados pelos jurados?
Ao todo, os jurados avaliaram 20 marcas de azeites disponibilizadas nos supermercados. Assim, as marcas restantes, por ordem alfabética, as considerações e seus respectivos valores são:
- Andorinha: Sem gosto e rançoso, possui defeito de fermentação e sabor levemente floral (R$ 27,82);
- Borges: Seu defeito de fermentação leva a um sabor avinagrado e rançoso (R$ 21,24);
- Carbonell: Defeito de fermentação, amargor desagradável, que lembra “sabor de remédio” (R$ 23,09);
- De Cecco: Aroma muito forte de fermentado, sem picância e com bastante ranço (R$ 36,53);
- Fillipo Berio: Defeito de fabricação e sabor desagradável (R$ 24,23);
- Gallo: Sabor insosso e ranço residual na boca (R$ 29,33);
- La Pastina: Defeitos de fermentação (R$ 48,04);
- Mamma Bia: Picância que pode incomodar, toque acético e defeito de fermentação (R$ 34,69);
- Midas: Levemente fermentado e com picância suave (R$ 49,52);
- Nova Oliva: Levemente fermentado, acético e com sabor semelhante ao de nozes velhas (R$ 29,26);
- Oliveira da Serra: Picância quase imperceptível e defeito considerável no aroma (R$ 36,27);
- Paganini: Fermentação muito forte, falta de picância e amargor (R$ 39,93);
- Qualitá: Aroma excessivo de fermentação e amargor ruim (R$27,06);
- Quinta Nova do Douro: Insosso, viscoso e com defeito de fabricação (R$ 26,07);
- Rafael Salgado: Aroma muito forte, amargor e picância reprovados, deixa oleosidade na boca (R$ 31,31);
- Raiola: Aroma de fermentado e insosso (R$ 43,42);
- Uniagro: Sabor picante desagradável e defeito de fabricação (R$ 30,89).