Mais caro: gás de cozinha fica para trás em meio à queda dos combustíveis 

Mesmo com o corte de 47% nas refinarias, o botijão de gás caiu apenas 12% desde março deste ano, o que não representa uma boa economia.



Não há dúvidas de que o preço do botijão de gás influencia diretamente no orçamento das famílias de baixa renda. O quadro é tão significativo que, muitas vezes, o produto chega a consumir mais da metade da renda de famílias pobres em algumas regiões. Nesse sentido, nem os cortes da Petrobras no valor do produto para as refinarias tem conseguido contornar a situação para aliviar o bolso da camada mais necessitada no país.

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Vale lembrar que o valor do botijão de gás vem sofrendo uma baixa menor, especialmente quando comparado ao de outros combustíveis, desde que houve um recorde de preço após o início da guerra na Ucrânia.

Valores

Na última semana, o gás de cozinha estava sendo vendido a uma média de R$ 104,37. Em março, quando houve o recorde, o valor chegou a R$ 159,58. Tal cenário mundial acabou gerando uma escalada inflacionária no mundo. Essa queda representa 12% do valor do botijão de 13 kg, contudo outros combustíveis, como a gasolina e diesel, despencaram 32% e 34%, respectivamente.

Diante deste cenário, vale ressaltar que os preços dos três produtos passaram por reduções nos últimos meses e houve, inclusive, benefícios a partir do corte de impostos, principalmente para a gasolina.

Apesar disso, os dados do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Ineep) apontam um represamento no preço do gás. Isso, porque o valor de venda do combustível caiu 47,9% nas refinarias da Petrobras desde março de 2022, quando o valor chegou a R$ 61,65 por botijão.

No total, foram cinco reduções no período. A última marcou 17 de maio com 21,6% ou R$ 8,97 por botijão.

Expectativas

Com a redução anunciada no mês de maio, a expectativa da Petrobras era que o preço médio do produto chegasse a R$ 99,87; contudo alguns dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) apontam que, duas semanas mais tarde, esse valor médio de venda já é de R$ 104,37.

Vale lembrar que antes do último corte de preços, o produto sofreu uma pressão da implantação do novo modelo de cobrança do ICMS. Isso, porque a alíquota passou a ser uma única nacional e R$ 7,50 superior ao valor médio cobrado pelos estados até abril.

Orçamento

O custo do botijão pode equivaler a mais da metade do orçamento das famílias que se enquadram entre as 10% mais pobres em estados, como Pará, Bahia, Piauí e Maranhão.

Em outros, como Ceará, Amazonas e Sergipe, esse preço médio do gás representam mais de 40% da renda dos 10% mais pobres. Por fim, entre as capitais, o item supera os 20% das famílias em situação de vulnerabilidade. Entre elas, estão Manaus (AM), Fortaleza (CE), Teresna (PI), Salvador (BA), São Luís (MA) e Belém (PA).




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