Na tentativa de burlar as leis, alguns motoristas têm utilizado dispositivos que impedem a fiscalização feita por radares de trânsito. Os dispositivos podem ser encontrados facilmente na internet e livram maus condutores de multas por excesso de velocidade e outros tipos de infração.
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Os truques são usados para impedir a leitura da placa do veículo e até a medição da velocidade em que ele trafega. Muitos deles, embora criados para descumprir as leis, não têm venda proibida.
A seguir, confira alguns dispositivos adotados pelos condutores para se livrar de punições, contribuindo para um trânsito menos seguro. Vale lembrar que a utilização desse tipo de truque pode ser punida com multa, remoção do veículo e até sanções na esfera criminal.
Adesivo
Um adesivo simples que pode ser colado sobre um ou mais caracteres da placa impede a identificação do veículo pelo radar. Um pacote com sete películas custa menos de R$ 100 na internet.
O produto é fabricado com um revestimento que reflete a luz infravermelha emitida pelos radares à noite e em dias de baixa luminosidade. A película reflete a luz e ofusca a câmera do equipamento, impedindo a identificação do caractere tampado. Entretanto, ele só funciona quando a iluminação natural não é suficiente.
“A utilização de equipamento, dispositivo ou suporte eletrônico ou mecânico capaz de ocultar, impedir ou dificultar a captação ou leitura dos caracteres da placa de identificação veicular, como alguns disponíveis no mercado, caracteriza a infração prevista Inciso III do Artigo 230 do CTB [Código de Trânsito Brasileiro]”, explica advogado Marco Fabrício Vieira, membro da Câmara Temática de Esforço Legal do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
Embaralhador de ondas
O segundo equipamento usado para burlar as leis é um “embaralhador” das ondas de rádio emitidas pelos radares. O dispositivo que impede a medição da velocidade está à venda a parir de R$ 600.
Vieira explica que o uso de aparelhos capazes de interferir na leitura ou na identificação da placa é ilegal e passível de punição. “Deve ser considerado dispositivo antirradar aquele que interfere nas ondas de rádio emitidas pelo equipamento metrológico de fiscalização eletrônica ou qualquer outro dispositivo capaz de inibir a captação de caracteres da placa de identificação do veículo”, explica o advogado.
Placa do James Bond
Esse esquema é inspirado no filme “007 contra Goldfinger” (1964), onde o espião James Bond utiliza uma placa veicular giratória. No entanto, em vez de substituir todos os caracteres, o dispositivo usado no Brasil esconde a placa original.
Usando um cabo ou mecanismo elétrico, o motorista gira totalmente a chapa e no lugar dela fica apenas uma peça de plástico preto, como uma moldura. Em outra variação, a placa é coberta por uma espécie de “cortina” ativada pelo condutor.
Esse tipo de placa antirradar custa cerca de R$ 1.000 na internet e também costuma ser vendido em marketplaces de redes sociais.
Além se infração gravíssima, a prática pode ser tipificada como crime caso o dispositivo, além de cobrir os caracteres originais, exiba outros em seu lugar. Nesse caso, o cidadão está cometendo crime de adulteração ou remarcação de sinal de identificação, cuja pena vai de três a seis anos de reclusão, mais multa.