Ao falar de dinheiro, bancos e finanças, uma nova palavra tem ganhado destaque nos corredores do Banco Central: Drex. A princípio, pode parecer mais um termo técnico, mas quando se trata do nosso cotidiano financeiro, este novo conceito tem o potencial de ser um divisor de águas. Mas o que é o Drex e como ele vai funcionar na vida real?
Leia mais: Real digital: moeda será testada em 14 instituições selecionadas; saiba quais
Primeiro, vamos desmistificar o nome. “Drex” nasceu da combinação de letras: ‘D’ de digital, ‘R’ de Real, ‘E’ de eletrônico e ‘X’ em alusão ao já popular Pix, nosso serviço de transferências instantâneas. E aí, você deve se perguntar: é apenas uma questão de nomenclatura moderna ou existe algo mais por trás disso?
O Banco Central, sempre com olhos voltados para as inovações globais, anunciou que, apesar do Drex ainda estar em sua fase experimental, a expectativa é que entre o final de 2024 e o início de 2025, essa moeda digital comece a circular entre nós. Seu cerne reside na ideia de ser uma versão digital do nosso conhecido papel moeda, mas com a agilidade e versatilidade que o mundo digital proporciona.
Novidade não é apenas uma tendência brasileira
Essa movimentação não é apenas uma tendência brasileira. Estamos falando do conceito de “CDBC”, que traduzido do inglês significa “moeda digital do banco central” (Central Bank Digital Currency). Bancos centrais ao redor do mundo têm enxergado aí uma chance de transformar e digitalizar a economia.
Conforme esclarecido pelo Banco Central, as CBDCs “podem melhorar a eficiência do mercado de pagamentos de varejo e promover a competição e a inclusão financeira para a população com pouco ou nenhum acesso a serviços bancários”.
Seguindo essa linha, Luciana Simões, uma especialista do setor financeiro, destaca que “Não existe diferença entre o real e o Drex, sendo este apenas a representação digital da moeda física. Conforme explicado pelo BCB, o Drex poderá ser trocado por papel-moeda e vice-versa”. Ela pontua ainda que nosso acesso ao Drex será mediado por carteiras virtuais, oferecidas por instituições financeiras.
Como vai funcionar?
No que tange à prática, o processo se assemelhará ao que chamamos de “tokenização”. Em outras palavras, o cliente depositará a quantia desejada em reais em sua carteira digital, que converterá o valor para Drex. E uma vez que você tenha Drex em sua carteira virtual, um universo de possibilidades se abre, desde pagar contas até investir e realizar compras.
Outro aspecto intrigante é o potencial tecnológico do Drex, que pode abrir portas para negócios inovadores no Brasil. Como Luciana projeta: “Poderá ser aplicado em contratos inteligentes, facilitando o momento da transação, tanto para o comprador quanto para o vendedor na negociação de imóveis, veículos e até mesmo títulos públicos, por exemplo“.
O Drex terá algum custo?
E a pergunta de um milhão de dólares (ou deveria dizer Drex?): Terá algum custo? Fabio Araújo, um dos coordenadores da iniciativa, destaca que “o Drex sempre está associado a um serviço financeiro. Então, essa prestação de serviço tem lá seu custo de operacionalização e o lucro de quem oferece esse serviço“.
Para finalizar, é fundamental esclarecer: o Drex não é um Pix 2.0 nem uma criptomoeda. Ele é uma representação digital do real. E, como Luciana Simões reforça: “As únicas semelhanças são que ambas são ativos digitais e utilizam-se da tecnologia blockchain“.
Enquanto navegamos por essa onda digital, é evidente que o Drex é mais um passo em direção ao futuro da economia, com promessas de eficiência e inclusão.