Todo mundo conhece a rotina: o clássico expediente das 9 às 5, cinco dias por semana. Mas você já parou para se perguntar: “Por que exatamente trabalhamos oito horas por dia?” Spoiler: não é porque é a quantidade ideal de tempo para manter o foco.
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Acredite ou não, nem sempre trabalhamos nesse esquema. De fato, a nossa rotina atual de trabalho foi consolidada apenas após a Segunda Guerra Mundial. E, spoiler duplo: não foi uma decisão baseada em uma pesquisa aprofundada sobre produtividade!
Quando 12 horas eram a norma
Retrocedendo um pouco, no século XIX, as pessoas comuns trabalhavam cerca de 70 horas por semana. Isso é quase o dobro do que trabalhamos hoje. Imagina começar às 7 da manhã e só encerrar lá pelas 7 da noite? Era basicamente isso, e em seis dias por semana!
A redução gradual desse período intenso se deu, em grande parte, graças aos esforços combinados de trabalhadores, sindicatos e algumas empresas visionárias que reconheceram a importância do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Ford e Kellogg: pioneiros na reforma da jornada
Em 1926, a Ford Motor Company, sob a direção de ninguém menos que Henry Ford, decidiu agitar o cenário e implementou uma semana de trabalho de 40 horas. Mas a coisa realmente intrigante aconteceu durante a Grande Depressão: a Kellogg Company, sob a liderança de W.K. Kellogg, testou uma jornada de trabalho de apenas seis horas.
Embora a intenção inicial de Kellogg fosse ajudar a combater o desemprego, ele também acreditava que proporcionar mais tempo livre aos trabalhadores era benéfico para a sociedade. E aqui está o choque: em apenas dois anos, esses trabalhadores estavam produzindo em seis horas o que costumavam fazer em oito!
Os anos de recessão e a cultura da jornada de trabalho
Apesar dos avanços na redução da jornada de trabalho, as crises econômicas e a busca incessante por mais renda sempre pareciam colocar os trabalhadores de volta naquelas longas horas.
Como Benjamin Hunnicutt, historiador e professor da Universidade de Iowa, colocou: “A necessidade de mais dinheiro tornou-se absoluta. O lazer foi desvalorizado, deixou de ser um bem normal, deixou de fazer parte do progresso.”
E agora? O futuro da nossa jornada de trabalho
Hoje, com o impacto da pandemia de Covid-19, muitos estão reconsiderando o valor de uma tradicional jornada de oito horas, particularmente com o aumento do trabalho remoto. Será que finalmente estamos nos aproximando de uma era onde a qualidade do trabalho supera a quantidade de horas trabalhadas? Só o tempo dirá.
O que sabemos é que, independentemente da duração de nossa jornada profissional, é crucial encontrar equilíbrio e propósito em nosso dia a dia.