Parece improvável, mas o Brasil pode ter ganhado uma grande vantagem na corrida mundial pela eletrificação dos veículos. Apesar do atraso do país na criação de medidas em direção à redução do uso de combustíveis fósseis nos automóveis, algumas razões indicam que essa demora pode ser vantajosa.
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O Brasil de fato demorou mais tempo que muitos mercados para traçar um caminho rumo ao carro elétrico, mas isso pode permitir que o país passe por uma estrada mais rápida e sustentável. Na Europa, por exemplo, muitas nações já possuem prazos para a obrigatoriedade do fim da fabricação de veículos 100% à combustão.
Em meio a essas legislações, as fabricantes lidam com um cenário desafiador causado pela grande necessidade de investimentos e pelos resultados desapontantes nas vendas. Montadoras tradicionais de países europeus tentam atrair compradores na disputa com as novas marcas, como Tesla e BYD.
A Stellantis, uma das maiores do mundo, teve que abandonar sua estratégia inicial e aumentar a oferta de carros que a princípio seriam prioritariamente elétricos, como o Jeep Avenger.
Do outro lado do planeta, a China precisa lidar com verdadeiros cemitérios de carros elétricos, ao passo em que invade outros mercados com opções de baixo custo e assusta os competidores.
O truque na manga
O Brasil, que entrou um pouco mais tarde na tendência de eletrificação da frota, agora tem o poder de evitar erros cometidos por alguns de seus pares. Uma das grandes vantagens por aqui é o etanol, biocombustível que pode ser usado na alimentação de modelos híbridos e em veículos do tipo FCEV (elétricos a célula de combustível).
Para que esse truque na manga se revele um verdadeiro trunfo, os consumidores precisam continuar deixando de enxergar carros elétricos e híbridos como algo de outro mundo. O primeiro passo para ter uma eletrificação mais fácil é aceitar que ela é o caminho certo.
Entretanto, é importante planejar os próximos passos para evitar riscos, como o fechamento de fábricas e o enfraquecimento da indústria. Esse pode ser um problema porque um carro elétrico possui bem menos componentes que um modelo a combustão, o que permite que sua produção seja concentrada em um só local.
Seguindo o caminho certo, o Brasil pode começar a década de 2030 como uma referência mundial em eletrificação, ou pelo menos como o mercado com a melhor transição do planeta.