Você já parou para pensar naquelas pequenas rotinas diárias que fazemos quase que no automático? Pois é, tem algo que provavelmente você tem feito errado a vida toda e nem se deu conta: limpar os ouvidos.
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Crescemos vendo os cotonetes no banheiro e os relaciona automaticamente à higienização auricular. No entanto, essa prática comum pode estar longe de ser a mais correta.
A lenda do cotonete
Muitas pessoas pensam que o cotonete é o instrumento mais adequado para a limpeza do ouvido. Mas, na verdade, ao usá-lo, você pode estar fazendo mais mal do que bem.
“Ao tentar limpar o ouvido com o cotonete, acaba-se empurrando a cera para dentro do canal auditivo, impossibilitando seu derretimento e saída, e formando uma ‘rolha’ de cerume“, alerta a otorrinolaringologista Maura Neves, do HC-FMUSP.
Pior, além de comprometer a limpeza, o uso do cotonete pode provocar lesões no canal, favorecendo problemas como otites. E a Dr. Roberta Pilla, da ABORL-CCF, reforça essa informação ao acrescentar que a introdução do cotonete no canal auditivo “pode causar ferimentos, sangramentos e até mesmo a perfuração do tímpano”.
E agora, como limpo o ouvido?
Antes de mais nada, é essencial entender que, na maioria das vezes, o nosso corpo sabe se auto regular. A cera tem funções protetoras e antibacterianas. Apenas em situações de excesso de cera ou obstrução por algum objeto é que precisamos intervir.
Para a higienização diária em casa, a recomendação é simples: durante o banho, limpe a parte externa do ouvido com movimentos leves e circulares, usando uma toalha. Se preferir, pode-se também usar um pano úmido ou gaze. A regra de ouro é: nada de inserir objetos no canal auditivo!
Já em casos mais graves, como sensação de ouvido entupido, secreções, perda auditiva ou inserção de um objeto, a avaliação de um especialista se torna indispensável.
Quando falamos de corpos estranhos nos ouvidos, a situação merece atenção redobrada. Maura adverte sobre os cuidados com grãos ou sementes: “O ideal é evitar a lavagem otológica pelo risco de absorverem água e obstruírem o canal“.
E Roberta completa: “Objetos com pontas, se manipulados de forma errada, podem introduzir ainda mais o corpo estranho e causar danos. Em caso de insetos vivos, é fundamental imobilizá-lo antes de tentar a retirada“.