A dinâmica dos casamentos no Brasil tem passado por mudanças nos últimos anos. Segundo o IBGE, a duração média de um casamento é de 13,8 anos, um valor que caiu em comparação a 2009.
Quase metade dos divórcios em 2022 ocorreu entre casais com até dez anos de união. No entanto, essa estatística tem uma face mais complexa: enquanto os jovens estão se casando menos, há um aumento nos casamentos entre pessoas com mais de 40 anos e entre divorciados.
Os dados do IBGE e do reality show “Casamento às Cegas” da Netflix revelam um fenômeno curioso: adultos entre 40 e 50 anos ainda veem o casamento como um objetivo, mesmo que em segunda ou terceira tentativas.
Porém, esse contraste é acentuado pelos jovens de 25 a 29 anos, cuja participação em casamentos caiu de 30% em 2012 para 20% em 2022. Enquanto isso, a geração Z (18 a 25 anos) coloca o casamento em décimo lugar na lista de objetivos, refletindo uma mudança cultural.
Divórcios crescentes entre os brasileiros
A taxa de divórcios no Brasil cresceu 8,6% em 2022 comparado a 2021. Ou seja, foram mais de 420 mil divórcios registrados, com a maioria resolvidos judicialmente.
Esse dado pode ser visto como um reflexo das mudanças nas expectativas e nas dinâmicas de relacionamento da sociedade moderna.
Enquanto os casamentos entre jovens diminuem, aqueles acima dos 40 anos estão se casando mais. Afinal, o número de casamentos nessa faixa etária dobrou na última década. Além disso, o número de pessoas divorciadas que se casam novamente aumentou em 80%.
Esses números mostram que, para muitos, a busca por uma parceria duradoura não termina com um divórcio. Dessa maneira, há uma forte tendência de segundas chances e de redefinição dos objetivos pessoais, em que o casamento ainda ocupa um lugar significativo.
Foto: Shutterstock
A visão da geração Z sobre casamentos
Os jovens de hoje estão mudando a visão tradicional de casamento. Em outras palavras, para a geração Z, casar não é mais um objetivo prioritário.
Segundo uma pesquisa do app de relacionamentos Tinder, para 69% desses jovens, os padrões de relacionamento precisam se atualizar para refletir uma sociedade mais moderna e diversificada.
Logo, isso demonstra uma quebra de paradigmas, onde o compromisso formal de casamento é visto de forma diferente pelas novas gerações.
Outra tendência que se destaca é o aumento das uniões estáveis sem formalização. Em 1970, apenas 7% dos casais optavam por esse tipo de relacionamento, mas em 2010 esse número saltou para 36,4%. Atualmente, 32,4% dos brasileiros vivem em união estável sem nenhum tipo de registro oficial.
Esse crescimento mostra uma mudança na forma como os brasileiros percebem e vivem os relacionamentos, priorizando a convivência e o compromisso emocional sobre os papéis formais.