Pesadelos frequentes podem indicar doença séria, sobretudo em homens

Pesquisa revela que ter pesadelos com frequência pode ser sinal de demência; homens são os mais afetados.



Ninguém gosta de ter pesadelo, mas, infelizmente, eles são bastante comuns. O que pouca gente sabe é que quando eles são frequentes, pode ser indicativo de um sério problema de saúde. É o que mostra uma recente pesquisa conduzida pelo neurologista Abidemi Otaiku.

A análise revelou que ter pesadelos com frequência durante a meia-idade pode ser um indicativo de desenvolvimento de demência e declínio cognitivo no futuro. Os resultados da pesquisa foram apresentados no início deste mês, em um painel do Congresso Europeu de Neurologia (EAN).

Cientistas alertam para os perigos de ter pesadelos constantes (Foto: Canva)

Quadro pode ser mais comum em idosos

Abidemi Otaiku analisou os dados de três mil voluntários para conduzir o estudo. Os resultados mostraram que indivíduos entre 45 e 59 anos que acordavam de pesadelos ao menos uma vez por semana tinham até quatro vezes mais probabilidade de sofrer declínio cognitivo em comparação àqueles que não experimentavam esses sonhos ruins.

Para os idosos acima de 80 anos, o risco de ser diagnosticado com demência era o dobro para os que tinham pesadelos frequentes em comparação aos que tinham sono regular.

Homens são mais afetados

Os dados também destacaram uma diferença significativa entre homens e mulheres. Homens que relataram ter pesadelos semanalmente apresentaram cinco vezes mais probabilidade de desenvolver demência do que aqueles que não tinham pesadelos.

Em contraste, as mulheres que tinham pesadelos frequentes apresentaram um aumento de risco de apenas 1,5 vezes.

Entendendo a demência

Demência é um declínio cognitivo progressivo que afeta a memória, o pensamento e a capacidade de realizar atividades diárias. As causas mais comuns são Alzheimer, doenças vasculares, corpos de Lewy e Parkinson. Afeta cerca de 55 milhões de pessoas mundialmente, com quase 10 milhões de novos casos a cada ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além de problemas de memória, sintomas incluem confusão, mudanças de humor e dificuldades na comunicação. A demência não é uma parte normal do envelhecimento, mas o risco aumenta com a idade. Diagnóstico precoce e tratamento adequado podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes .

Diagnóstico precoce é fundamental

O estudo reforça a importância de monitorar a qualidade do sono e os padrões de sonho em adultos de meia-idade e idosos. Identificar os indivíduos em risco pode permitir intervenções precoces, potencialmente retardando o início da demência ou atenuando seus efeitos.

Além disso, o estudo sublinha a necessidade de uma maior consciência sobre a ligação entre distúrbios do sono e saúde cognitiva por parte dos profissionais. Por isso, é importante prestar atenção no sono, qualidade do descanso e hábitos noturnos.




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