A variante XEC da covid-19, descendente da Ômicron, foi identificada pela primeira vez na Alemanha, em agosto. A partir desse ponto, começou a se espalhar por diversos países, como Estados Unidos, Japão e outras nações da América do Norte e da Ásia.
Até o momento, já são mais de 25 países onde a variante foi encontrada. Nos EUA, por exemplo, os casos diagnosticados com a XEC somam 118, o que chamou a atenção dos cientistas devido ao potencial de contágio desta nova cepa.
Apesar do rápido crescimento dos casos da XEC, análises indicam que ela ainda não é dominante. Na Ásia, a variante mais comum atualmente é a KP.3.3, enquanto nas Américas quem ocupa esse papel é a KP.3.1.1.
O que é uma variante recombinante?
Diferentemente das outras variantes do coronavírus, a XEC é uma “variante recombinante”. Segundo um artigo da Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (GAVI), o surgimento dessa cepa ocorreu em um paciente infectado simultaneamente por duas variantes diferentes: KS.1.1 e KP.3.3.
A partir dessa infecção, houve um processo de recombinação, no qual partes do material genético de ambas as variantes foram trocadas durante a replicação.
O resultado é a XEC, que carrega características de suas “variantes parentais”. Esse processo de recombinação já havia sido observado no passado, quando outra variante chamada XE surgiu da mesma forma.
Mutações que podem facilitar o contágio da XEC
Entre as características da nova variante, os cientistas destacam as mutações T22N, herdada de KS.1.1, e Q493E, de KP.3.3.
Estas mutações são encontradas na proteína Spike da membrana viral, um fator que pode melhorar a ligação do vírus com as células humanas saudáveis, facilitando a infecção.
Dessa forma, o contágio pode ser favorecido, segundo os especialistas. No entanto, ainda não há sinais de que a variante cause formas mais graves da doença.
Sintomas da variante XEC
Os sintomas da XEC são bastante semelhantes aos das variantes anteriores da covid-19. Pacientes infectados com a nova cepa relatam febre, dores musculares, dor de garganta, tosse, fadiga e cansaço.
Em entrevista ao site NewScientist, o médico e pesquisador William Schaffner, da Universidade Vanderbilt (EUA), ressaltou que, até agora, não há sintomas clínicos distintivos da XEC em relação a outras variantes.
Isso sugere que a infecção pela XEC apresenta um quadro já conhecido pela comunidade médica, o que pode ser um alívio para muitos.
No entanto, ainda é cedo para determinar se essa variante pode causar sintomas inéditos ou se comportará de maneira diferente a longo prazo.