O aguardado verão de 2024 está prestes a começar e trará consigo as características típicas de calor e umidade.
A estação vai iniciar às 6h20 do dia 21 de dezembro de 2024 e se estenderá até o dia 20 de março de 2025, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
As temperaturas elevadas, aliadas à umidade, fazem do verão a estação mais quente e abafada do ano.
As condições climáticas são influenciadas por fenômenos como o La Niña e o El Niño, além da posição da Terra em relação ao Sol.
Será que o próximo verão vai estar bom para praia? Imagem: reprodução/Sean Oulashin/Unsplash
Impactos regionais do verão
Como o Brasil é um país continental com território entre diferentes trópicos, isso afeta o ritmo e o clima durante as estações.
Veja como pode ficar a previsão do verão na sua região.
Sul do Brasil
Historicamente afetado por chuvas, o Sul pode ter um verão com precipitações reduzidas devido à presença do La Niña.
Por isso, durante o verão 2024/2025, espera-se um padrão irregular de chuvas na Região Sul.
Norte e Nordeste
Nas regiões Norte e Nordeste, é previsto um aumento no volume de chuvas, especialmente no Matopiba, área que abrange Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia, o que pode beneficiar a agricultura na região.
Sudeste e Centro-Oeste
Sudeste e Centro-Oeste, conhecidos pela umidade, deverão ter chuvas dentro ou acima da média.
A janela de umidade é crucial para o plantio da soja e do milho safrinha, especialmente no Centro-Oeste.
La Niña: expectativas e efeitos
A expectativa é que La Niña se manifeste até novembro de 2024, embora sua probabilidade tenha caído para 60%, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).
Caso ocorra, os seus efeitos serão sentidos apenas em 2025.
Influência do Pacífico Equatorial
A análise climática revela que o Pacífico Equatorial central-leste não entrou oficialmente em modo La Niña.
No entanto, a neutralidade com tendência fria sugere um comportamento climático semelhante. Tal condição favorece o aumento das chuvas no Norte, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.
Apesar da ausência de um La Niña oficial até então, a influência desse fenômeno será perceptível, especialmente na Amazônia, onde se prevê um aumento das precipitações.
Zonas de convergência e previsões climáticas
Zonas de convergência são áreas meteorológicas em que correntes de ar interagem e, assim, atuam como um canal de escoamento de umidade na atmosfera. Normalmente, isso está ligado a um tempo ruim.
Zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS)
Na nova estação, a ZCAS desempenhará um papel crucial na distribuição das chuvas.
A condição neutro-fria do Pacífico deve estimular a formação de episódios de ZCAS, especialmente a partir de dezembro, intensificando as chuvas no Sudeste e Centro-Oeste.
Zona de convergência intertropical (ZCIT)
Já a ZCIT pode enfrentar um atraso em sua atuação. Com o Atlântico Tropical Norte mais quente que o Sul, há incertezas quanto ao impacto desse sistema.
É esperado que os efeitos mais notáveis ocorram no litoral norte em janeiro de 2025.
Impacto global e perspectivas futuras
A preocupação global com o aquecimento dos oceanos persiste, mesmo com o resfriamento localizado no Pacífico Equatorial.
2024 pode ser o ano mais quente desde o período pré-industrial e superar 2023. Esse cenário reforça a importância do monitoramento climático.
Com um verão que promete ser mais úmido que o anterior, as expectativas para 2024/2025 são de chuvas mais frequentes e intensas.
O comportamento dos sistemas de convergência e as condições oceânicas serão determinantes para o clima brasileiro nos próximos meses.