Sua panela antiaderente pode estar te fazendo mal e você nem percebeu

Panelas antiaderentes desgastadas podem liberar substâncias prejudiciais à saúde. Veja dicas para reconhecer sinais de alerta e alternativas seguras.



As panelas antiaderentes revolucionaram a cozinha moderna, tornando o preparo dos alimentos mais rápido, prático e livre de resíduos grudados.

No entanto, o que muitos não sabem é que, quando o revestimento antiaderente começa a descascar ou riscar, a praticidade pode se transformar em um risco silencioso para a saúde.

Por trás do brilho das receitas que não grudam, existe um detalhe crucial: a camada de PTFE (politetrafluoretileno), responsável pelo efeito antiaderente, pode liberar substâncias nocivas quando danificada ou exposta a temperaturas elevadas.

Entre essas substâncias estão os temidos PFAS, conhecidos como “químicos eternos”, capazes de permanecer no organismo e no meio ambiente por décadas.

Quando é hora de trocar a panela antiaderente?

Especialistas alertam que alguns sinais são claros indicativos de que a sua panela já não é segura:

  • Arranhões ou descascamento no revestimento: isso significa que pequenas partículas do material podem estar indo para a sua comida.
  • Perda da função antiaderente: se os alimentos começam a grudar, o revestimento já está comprometido.
  • Abaulamento do fundo: instabilidade no fogão e degradação do material devido ao superaquecimento.

Foto: iStock

Os riscos ocultos do antiaderente danificado

O perigo está na liberação de PFAS, compostos químicos altamente persistentes que, segundo a toxicologista Marília Souza, levam até 11 anos para começar a se degradar no organismo.

O problema se intensifica quando:

  • A panela é aquecida acima de 260 °C;
  • O revestimento apresenta rachaduras, riscos ou descascamento.

Estudos associam a exposição prolongada aos PFAS a:

  • Câncer;
  • Doenças cardiovasculares e imunológicas;
  • Alterações no neurodesenvolvimento infantil;
  • Baixo peso ao nascer e pré-eclâmpsia em gestantes.

Grupos mais vulneráveis incluem gestantes, lactantes, recém-nascidos, crianças pequenas, idosos e pessoas com doenças crônicas.

Como reduzir a exposição aos PFAS?

Embora a presença de PFAS no cotidiano seja praticamente inevitável, é possível minimizar os riscos com medidas simples:

1. Substitua panelas antiaderentes por opções seguras como

  • Cerâmica: não gruda, fácil de limpar, mas exige cuidado para não riscar.
  • Inox: requer aquecimento correto para evitar que os alimentos grudem.
  • Ferro fundido: durável, mantém o calor, mas demanda manutenção especial.

2. Adote uma alimentação antioxidante, incluindo frutas vermelhas, peixes ricos em ômega 3, folhas verde-escuras e castanhas, para fortalecer o sistema de defesa do corpo.

3. Evite embalagens e utensílios que contenham PFAS, como caixas de pizza, sacos de pipoca de micro-ondas e embalagens de fast-food.

E se não for possível trocar agora?

Caso ainda não consiga substituir suas panelas, siga cuidados que reduzem o risco:

  • Utilize utensílios de silicone, madeira ou bambu, nunca metal.
  • Evite aquecer a panela em temperaturas muito altas.
  • Lave com o lado macio da esponja.
  • Reserve o uso para receitas rápidas, em fogo médio ou baixo.
  • Descarte imediatamente panelas riscadas, descascando ou abauladas.

Segurança na cozinha começa pelo revestimento

Trocar ou cuidar corretamente da sua panela antiaderente é mais do que uma questão de conservação — é um investimento direto na sua saúde e na de quem você cozinha.

Entender os sinais de desgaste, conhecer os riscos dos PFAS e aplicar boas práticas de uso garantem que sua cozinha continue prática, mas sem abrir mão da segurança alimentar.




Voltar ao topo

Deixe um comentário