Atendimento de primeira sem custo: hospital mais caro de São Paulo abre as portas pelo SUS

Hospital oferecerá teleconsultas gratuitas, trazendo atendimento de alto padrão ao SUS.



A cidade de São Paulo se prepara para um movimento decisivo no enfrentamento ao vício em apostas, trazendo o Hospital Sírio-Libanês para o centro da ação pública. O que antes era conhecido como o atendimento mais caro da capital agora se abre ao acesso gratuito por meio do SUS.

A instituição cria uma frente inédita voltada a quem já sente os impactos dos jogos online, comprovando que o aumento acelerado da dependência digital pressiona o sistema de saúde e exige respostas rápidas.

Para dar corpo a essa política, dois ministérios passam a atuar lado a lado: Saúde e Fazenda. A integração nasce com a missão de conter perdas financeiras, emocionais e familiares, articulando medidas de proteção ao usuário e mecanismos de redução de danos.

O avanço das plataformas de apostas tornou o problema mais urgente, revelando perfis vulneráveis em todas as faixas de renda. A estrutura desemboca em fevereiro de 2026, quando entra em operação um teleatendimento dedicado a apostadores com sinais de uso problemático.

Teleatendimento a pessoas com vício em apostas

O SUS abrirá um canal remoto com o Hospital Sírio-Libanês para triagem e acompanhamento em saúde mental. A agenda prevê 450 consultas mensais, com foco em identificar comportamentos de risco.

Além disso, a equipe orientará intervenções breves e definirá prioridades clínicas conforme a gravidade do caso. O serviço promete unir acompanhamento clínico, orientação preventiva e coleta qualificada de dados para guiar novas decisões públicas.

Quando necessário, profissionais encaminharão pacientes para atendimento presencial na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Esse fluxo integra os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e outros pontos do SUS. Assim, o teleatendimento funcionará como porta de entrada e articulador do cuidado contínuo.

Com essa iniciativa, o país inicia uma fase de cuidado mais amplo, atento não só ao tratamento, mas ao impacto social e econômico dessa dependência crescente.

Ferramentas de proteção e monitoramento

O governo implementará uma ferramenta de autoexclusão em dezembro de 2025. Com ela, o usuário poderá bloquear voluntariamente o acesso a todas as plataformas de apostas.

A medida busca interromper ciclos de dependência e reduzir recaídas em perfis de alto risco.

O Observatório Brasil Saúde e Apostas Eletrônicas ampliará o monitoramento do uso das plataformas. Ele reunirá dados para orientar regulações, metas de prevenção e a distribuição de recursos. Portanto, a gestão pública ganhará evidências para calibrar ações e medir impacto ao longo do tempo.

Demanda em alta e números do SUS

Os atendimentos relacionados a jogos no SUS cresceram de 2.262 em 2023 para 3.490 em 2024. No primeiro semestre de 2025, já houve 1.951 casos, o que indica pressão persistente sobre a rede. A capacidade de 450 consultas mensais soma 5.400 por ano, reforçando a resposta assistencial.

A combinação de cuidado remoto, rede presencial e medidas de proteção cria um trilho integrado de prevenção e tratamento. Com isso, brasileiros com transtornos relacionados a apostas ganharão acesso gratuito e estruturado.




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