No dia 3 de abril, representantes do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) irão se reunir com o novo presidente do Banco Central (Bacen), Roberto Campos Neto. Na ocasião, serão discutidas diversas pautas, entre as quais, a necessidade de realização de novo concurso público.
Há mais de cinco anos sem abrir novos certames, o banco enfrenta vacância de mais de 2.600 postos. De acordo co informações do presidente do Sinal RJ e diretor jurídico do Sinal Nacional, Sérgio Belsito, atualmente o Bacen tem aproximadamente 3.700 funcionários ativos.
Desses, 70 já reúnem condições de entrar com pedido de aposentadoria. “Só no ano passado, 150 deixam o banco”, afirmou Belsito à Folha Dirigida.
Recentemente o Banco Central divulgou levantamento informando que há 2.688 cargos vagos. Desses, 366 são de técnico de nível médio, 2.619 de analista de nível superior e 133 de procurador, cargo que exige formação específica em Direito.
Segundo o sindicalista, a digitalização do Bacen, uma das metas do governo federal, pode ser aplicada nas atividades de rotina, mas não nas atividades estratégicas, que, inclusive, possuem a maior demanda dentro do órgão.
Para sanar, ou pelo menos amenizar, a vacância de postos, desde 2017 o banco pleiteia junto ao governo federal, autorização para realizar novo concurso público. No entanto, ainda não obteve sucesso nas solicitações. Por isso, a expectativa é que novo pedido seja feito até o final de maio, para entrar no orçamento da União de 2020.
Concurso Bacen: Solicitação para 230 vagas
No ano passado, o banco encaminhou solicitação ao extinto Ministério do Planejamento (atual Ministério da Economia) para preenchimento de 230 vagas. Dessas, 200 seriam para analista e 30 para procurador.
Atualmente, os vencimentos para analista são de R$ 17.391,64. Para procurador, os ganhos iniciais são de R$ 19.665,67. Os valores citados já incluem auxílio-alimentação de R$ 458,00.
A independência do banco, defendida inclusive pelo ministro da Fazenda, Paulo Guedes, pode ser determinante na realização de novo certame para o Bacen. A autonomia contemplaria três tipos: operacional, administrativa e orçamentária.
A primeira garante liberdade para formular e executar, de forma técnica e imparcial, medidas necessárias para alcançar os objetivos estabelecidos pelo governo. As outras duas possibilitam a definição de atuação do órgão para mobilizar verbas para cobrir suas despesas, portanto, passando a não depender o do governo para realizar concursos.
Bacen não realiza concursos desde 2013
Há mais de cinco anos o Bacen não abre certames para contratação de efetivos. O último concurso foi lançado em 2013, tendo o Cebraspe como banca organizadora. Na ocasião, foram abertas 500 oportunidades.
Dessas, 400 foram para a carreira de analista, nas áreas de:
- Política Econômica e Monetária;
- Suporte à Infraestrutura de Tecnologia da Informação;
- Contabilidade e Finanças;
- Análise e Desenvolvimento de Sistemas;
- Análise Processual;
- Infraestrutura e Logística e Gestão.
Para concorrer às vagas de analista foi necessário comprovar ensino superior em qualquer área de formação. Já para as vagas de técnico, a escolaridade mínima exigida é ensino médio. Embora não tenha sido contemplada na última seleção, a carreira de procurador exige ensino superior em Direito. Além disso, inscrição na OAB e, no mínimo, dois anos de prática forense.
Aprovados foram lotados em Brasília – DF, São Paulo – SP, Salvador – BA e Belém – PA.
De acordo com as determinações do edital, os concorrentes foram avaliados por meio de:
- Provas objetiva e discursiva;
- Análise de títulos;
- Programa de capacitação.