Ao fazer uma viagem internacional, muitas pessoas seguem uma ordem lógica de organização: destino, hospedagem, pontos turísticos, o que levar na mala e por aí vai. Mas e sobre como utilizar o dinheiro? Moeda em espécie, cartão de crédito ou cartão pré-pago. Qual dessas é a melhor opção?
É certo que, assim como não existe um perfil de viajante, também não há uma regra única que determine qual a melhor ferramenta financeira para utilizar durante uma viagem. O mais recomendado por quem entende do assunto é definir quais as prioridades antes mesmo de embarcar, se é comodidade ou economia.
Independente disso, ao se deslocar para um outro país, o método mais seguro para levar o dinheiro é optando por pelo menos duas formas de pagamento. Segundo Álvaro Modernell, autor do livro “Passaporte para viajar mai$: Como planejar viagens sem apertar o cinto fora do avião”, utilizar apenas uma modalidade pode aumentar a dependência e o custo final.
Confira a seguir alguns prós e contras de meios de pagamento mais comuns e veja qual a melhor maneira de gastar o dinheiro durante a viagem.
Dinheiro em espécie
Viajar utilizando dinheiro em espécie é sem dúvida o meio de pagamento mais barato em viagens no exterior. Isso porque o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para a compra de moeda estrangeira é mais baixo em comparação aos cartões.
Outro ponto a favor está na sua aceitação: as chances de os estabelecimentos não aceitarem “dinheiro vivo” e quase nula. Ainda mais quando o destino é uma cidade do interior, sem tantas tecnologias.
Fica mais fácil também controlar os gastos com o dinheiro, pois é mais fácil acompanhar as notas saindo da carteira do que o limite do cartão de crédito, por exemplo.
Agora, os pontos negativos. Viajar com dinheiro em espécie pode ser arriscado, visto que em caso de perda, roubo ou furto, não há como recuperá-lo. O perigo ser ainda maior no caso de viagens longas, com duração de mais dez dias, em que há a necessidade de se carregar grandes quantias.
Quem optar pela modalidade de pagamento deve ter atenção redobrada, como carregar na carteira somente a quantidade que será usada durante o dia. A sugestão é dividir o resto na mala, cadeado ou cofre do hotel e nunca deixar o total concentrando em um só lugar.
A compra da moeda do país de destino pode ser feita em casas de câmbio ou bancos tradicionais autorizados. Estabelecimentos em aeroportos costumam cobrar mais caro pelo total da operação, incluindo a taxa de câmbio, IOF, custo de entrega do dinheiro, etc.
Cartão de crédito
Apesar de mais seguro, o cartão de crédito internacional é mais caro que o dinheiro em espécie em razão da cobrança de IOF sobre qualquer transação. Outro problema está ligado à sua imprevisibilidade: se houver uma alta da moeda estrangeira entre a data da compra e o fechamento da fatura, quem paga a diferença é o consumidor.
Dessa forma, especialistas sugerem que o viajante utilize da ferramenta para ter mais liberdade na hora de gastar, mas somente em situações que pedem o uso do serviço. O problema é que no menor indício de desestabilidade política e econômica do país, o dólar, por exemplo, pode sofrer um aumento inesperado, transformando boas lembranças em pesadelo.
Das vantagens de utilização, os cartões possibilitam acumular milhas, que podem ser trocadas por serviços extras para viajantes, além de mais seguros, pois podem ser cancelados em casos de perda e roubo.
Dica: alguns bancos e empresas de cartão já permitem o congelamento da cotação da moeda estrangeira no dia da compra, evitando surpresas desagradáveis no fechamento da fatura.
Cartão pré-pago
Outra forma de pagamento bastante comum em viagens ao exterior inclui o cartão pré-pago. Apesar de parecido com a versão crédito, em se tratando da cobrança do IOF, o “dinheiro no plástico” tem seus pontos fortes.
Isso porque nesta opção a cotação da moeda é travada no dia em que o cliente recarrega o cartão, reduzindo assim o peso de impostos. É o que explica o co-fundador da BeeTech, Stefano Milo.
Segundo ele, as chances de conseguir uma taxa de câmbio mais vantajosa em um cartão pré-pago são maiores, pois sua diferença, o chamado spread, com a taxa de câmbio turismo é menor.
A modalidade também ajuda no controle financeiro durante as viagens, visto que é o cliente quem escolhe quanto quer gastar. Acompanhamento do extrato on-line e possibilidade de saque em moeda local são algumas das outras vantagens da função.
Em muitos países há ainda os chamados “cartões multimoedas”, que autorizam o depósito de moedas de diversas nacionalidades em um único cartão.
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