A terceira fase da Operação Panoptes cumpriu, na manhã de hoje (28), seis dos 11 mandados de prisão expedidos para envolvidos na Máfia dos Concursos. Intitulada Operação Magister, a etapa investigava candidatos recém-nomeados que “compraram” aprovação em certames.
Os seis suspeitos presos nesta quarta-feira empossaram, recentemente, cargos públicos de professor no Distrito Federal. Além deles, cinco envolvidos são alvo de prisão temporária (cinco dias prorrogáveis por mais cinco).
A operação cumpre, ainda, 12 mandados de busca e apreensão. Os despachos foram cumpridos no Gama, Brazlândia, Santa Maria, Riacho Fundo I, Guará II, Taguatinga, Mansões Entrelagos, Cruzeiro Novo, Núcleo Bandeirante, além de Formosa, Valparaíso e Cristalina, as três últimas, em Goiás.
Esquema
A Coordenação de Repressão ao Crime Organização (Cecor) aponta que os candidatos pagavam, à quadrilha, até 20 vezes o valor do salário referente ao cargo. O esquema seria, a priori, liderado por Hélio Ortiz, Ricardo Alves Filho e Antônio Alves Filho.
Ricardo era funcionário do Cebraspe, banca examinadora responsável por alguns dos concursos investigados. As investigações indicam ser ele o responsável por marcar as provas e preencher gabaritos. Hélio, por sua vez, foi preso na primeira fase da Operação Panoptes.
As investigações iniciaram em maio do ano passado devido a denúncias de fraudes no certame para o Corpo de Bombeiros, identificando dois envolvidos. Ao longo das apurações, a polícia concluiu que, praticamente, todos os concursos recentes tiveram suspeitas de atos fraudulentos.
O grupo operava de quatro formas diferentes. Nelas, os candidatos usavam ponto eletrônico para receber instruções do gabarito, deixavam aparelhos celulares em pontos dos locais de prova para consultar respostas ou, ainda, usavam identidades falsas.
Segundo a Polícia Civil, as investigações continuam. No decorrer deste ano, candidatos envolvidos em, pelo menos, 12 concursos do DF deverão ser presos.
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