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Salário do setor público cresce duas vezes mais que do privado

Pesquisa da IDados revela que o poder Executivo teve o aumento mais significativo. Entretanto, ganhos do Judiciário seguem como os mais altos do país.



Brasileiros que estão em busca de melhores salários ainda têm o setor público como a melhor opção. Entre 1999 e 2017 os vencimentos médios do funcionalismo público cresceram de uma a duas vezes mais em termos reais – descontada a inflação-, do que do trabalhador com carteira assinada.

Os dados foram apontados por levantamento feito pela Consultoria IDados. O estudo levou em consideração as informações do Ministério do Trabalho e Emprego por meio da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

Elas mostram que nos últimos 18 anos a média dos vencimentos dos trabalhadores da iniciativa privada subiu 14%, descontando a inflação do período. Por outro lado, no setor público, a média dos funcionários teve alta real de 49,4% no Executivo, 36% no Judiciário e 33% no Legislativo.

Em 1999, a média salarial de um funcionário com carteira assinada era de R$ 1.991,86. No ano passado o valor saltou para R$ 2.271,91.

No Executivo os ganhos foram de R$ 2.518,41, em média, para R$ 3.763,48, observando o mesmo período. No Legislativo os ganhos saltaram da média de R$ 4.504,83 para R$ 5.992,46. No Judiciário o salto foi de R$ 8.912,72 para R$ 12.157,88, ambos de 1999 para 2017.

Salários do Executivo foram os que mais cresceram

O levantamento aponta que, ao longo dessas quase duas décadas, o salário médio do Poder Executivo (levando em consideração as esferas municipal, estadual e federal) foi o que mais aumentou. O salto representa uma alta real de quase 49%.

Em comparação, o aumento real do setor privado, no mesmo período, foi de apenas 14%, ou seja, um terço do percebido pelos funcionários do Executivo.

Importante frisar que o valor considera apenas trabalhadores de carteira assinada, desconsiderando o mercado informal que, apesar de ter crescido durante a crise, tem remuneração inferior.

De acordo com a pesquisadora responsável pelo estudo, Thais Barcellos, a maioria dos ajustes aconteceu entre os anos de 2006 e 2014. Além da bonança fiscal, ela credita o aumento salarial às “políticas de valorização desses servidores pelos governos. O governo Lula (2003-2010), por exemplo, valorizou bastante o salário dos servidores”, afirmou a pesquisadora.

Apesar de os ganhos do Executivo terem crescido mais, os do Judiciário ainda são os mais altos. Sobre isso, Barcellos afirma que, além de o poder Judiciário ser mais heterogêneo, “são funções mais específicas e que demandam nível maior de escolaridade, por isso, os rendimentos são maiores”.

A partir do dia 1º de janeiro a vantagem salarial do Judiciário deve ficar ainda maior. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o procurador-geral da República terão os vencimentos ajustados em 16,38%, indo para R$ 39,2 mil.

Por ser o teto dos servidores, os ganhos dos ministros do STF constituem base pra os vencimentos de todos os magistrados do país.

Número de servidores públicos também aumentou

Segundo dados do Ministério do Trabalho, em 2017 o Brasil tinha cerca de 12 milhões de servidores públicos, distribuídos nos três poderes. Em 1999, o contingente não passava de 7 milhões de funcionários.

A boa notícia para os concurseiros de plantão é que, de acordo com Barcellos, a tendência é que a quantidade de servidores aumente nos próximos anos, levando em consideração a série histórica tanto no Executivo quanto no Judiciário.




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