Mesmo estando em maio, alguns dos maiores bancos oferecem a antecipação do 13º salário para trabalhadores que estejam precisando do dinheiro. Mas atenção: a antecipação é feita como empréstimo, ou seja, há cobrança de juros sobre o valor total emprestado.
Desse modo, o empréstimo é oferecido para trabalhadores que recebam o 13º salário em sua conta no banco. Assim, o empréstimo pode ser de até 100% do valor e os juros começam na casa do 1,79% ao mês. O valor concedido será descontado assim que o benefício for depositado no fim do ano. Entretanto, será que vale a pena antecipar o benefício?
Especialistas alertam para riscos
Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, é preciso que o trabalhador analise a real necessidade de antecipar o benefício, visto que há a incidência de juros sobre o valor recebido. Além disso, Vignoli também alerta que o empréstimo não deve ser pego para o pagamento de despesas cotidianas, apenas para casos emergenciais.
De acordo com Reinaldo Domingos, educador financeiro do Dinheiro à Vista, a busca pelo empréstimo do 13º salário pode ser um sinal para que o consumidor fique atento ao seu hábito de consumo. Dessa forma, o empréstimo só se demonstra interessante para aqueles trabalhadores que se encontram na linha de risco de perder bens.
Assim, ambos os especialistas afirmam que é preciso que o trabalhador reavalie sua vida financeira e encontre o motivo do seu problema financeiro. Desse modo, futuros empréstimos se tornarão desnecessários devido a organização de contas a pagar e do quanto se pode realmente gastar.
Empréstimo deve ser realizado apenas em caso de emergência
Ainda de acordo com os educadores Vignoli e Domingos, a antecipação do benefício só valerá a pena se for para cobrir dívidas que possuem a taxa de juros mais elevadas.
Além disso, o empréstimo só se demonstra eficiente se o valor for suficiente para quitar totalmente a dívida, incluindo as altas taxas de juros dos cartões de crédito e dos cheques especiais.
Dessa forma, caso o valor do empréstimo não seja o suficiente para cobrir totalmente a dívida, o consumidor poderá tentar uma renegociação com os bancos. Dessa forma, será possível diminuir o valor a ser pago sem necessitar causar um desfalque nas contas de fim de ano.
Benefício pode ser mais eficiente no fim do ano
O final do ano é marcado por diversos gastos extras na renda familiar, incluindo: IPVA, compra de materiais escolares, matrículas, compra de presentes, entre outros. Desse modo, antecipar o 13º pode significar um endividamento ainda maior no final do ano, caso não seja feito de modo planejado.
Além disso, o benefício se demonstra como uma grande oportunidade para quem pretende aumentar a quantia guardada ou até mesmo para as pessoas que desejam iniciar uma reserva financeira. Para Vignoli, uma situação financeira saudável permite que parte do 13º deva ser guardada para emergências.
Veja também: Simplic oferece empréstimo para negativados em parceria com bancos tradicionais.
Compare taxas e opções disponíveis
Caso a antecipação do benefício seja a única saída possível para a solução de sua vida financeira, é necessário analisar e comparar as taxas dos bancos que oferecem esse antecipamento. Vale lembrar que a antecipação deve estar disponível na financeira em que você recebe o 13º e que possui conta.
Dessa forma, as taxas cobradas pelos bancos que ofertam essa possibilidade se inicia a partir de 1,79% ao mês. Entretanto, esse valor pode ser alterado conforme a relação que o cliente possui com o banco. É preciso avaliar juros, encargos financeiros e as demais taxas que serão cobradas para chegar na melhor opção. Confira os custos dos cinco maiores bancos brasileiros:
Bradesco
- Juros: A partir de 1,79% ao mês;
- Valor: Até 100% do valor do 13º, sendo limitado a R$ 100 mil;
- Disponível para: Clientes que recebem o benefício no banco e são funcionários de empresas privadas, aposentados e pensionistas no INSS, servidores de órgãos públicos;
- Como pagar o empréstimo: Em uma única parcela até o dia 20 de dezembro de 2019;
- Meio de contratação: O empréstimo pode ser contratado pelo caixa eletrônico, agências Bradesco, internet banking e aplicativo de celular.
Itaú
- Juros: A partir de 1,90% ao mês;
- Valor: Até 100% do 13º, limitado a R$ 5.00 para clientes Uniclass e R$ 10 mil para clientes Personnalité;
- Disponível para: Correntistas que já receberam o 13º em 2018 no Itaú;
- Como pagar o empréstimo: Em uma única parcela na data de recebimento do 13º
- Meio de contratação: Caixa eletrônico, agências Itaú, internet banking e aplicativo para celular.
Banco do Brasil
- Juros: A partir de 2,89% ao mês;
- Valor: Até 20 mil;
- Disponível para: Correntistas que recebam o benefício pelo Banco do Brasil e beneficiários do INSS que recebem por cartão do banco;
- Como pagar o empréstimo: Na data de recebimento do 13º salário ou na data de vencimento do contrato, valendo a data mais antecipada;
- Meio de contratação: Caixa eletrônico, internet banking, aplicativo do celular, central de relacionamento, correspondes Mais BB e agências.
Caixa
- Juros: A partir de 3,19% ao mês;
- Valor: Até 90% do 13º salário, sendo limitado a R$ 20 mil
- Disponível para: Correntistas com conta ativa e que recebem o salário na Caixa por no mínimo 12 meses, aposentados e pensionistas no INSS que recebem o benefício pelo banco;
- Como pagar o empréstimo: Na data de recebimento da parcela antecipada do 13º salário;
- Meio de contratação: Na agência em que o cliente possui conta, por meio de apresentação de documentos pessoais, comprovação de residência e de renda.
Santander
- Juros: Entre 2,59% a 4,59% ao mês;
- Valor: 100% do benefício, com valor limitado a R$ 8.000,00;
- Disponível para: Clientes que recebem o salário no Santander;
- Como pagar o empréstimo: Em uma única parcela até o dia 20 de dezembro de 2019;
- Meio de contratação: Caixa eletrônico, internet banking, aplicativo do celular e agências do banco.