Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) indicam que 62,6 milhões de brasileiros, o que corresponde a 41% da população adulta, possuem parcelas ou contas atrasadas. Em média, o valor das dívidas dos inadimplentes é de R$ 3.252,70.
Pensando nisso, muitos trabalhadores devem aproveitar a liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para pagar contas. A iniciativa do Governo Federal tem o objetivo de estimular o consumo, e consequentemente o crescimento da economia, além de ajudar a diminuir o endividamento no país. Poderão ser retirados até R$ 500,00 de cada conta ativa ou inativa do FGTS vinculada ao nome do trabalhador.
Para os trabalhadores que possuem débitos de valores menores (até R$ 3.000,00), o indicado é sacar o dinheiro do FGTS e utilizá-lo para pagar as contas com cobrança de juros mais altos, ou para quitar parte da dívida e renegociar o valor restante em parcelas mais acessíveis. Entretanto, para aqueles que estão mais endividados, pode ser que os recursos do Fundo de Garantia não façam tanta diferença.
Segundo estimativas do SPC, 53,3% dos brasileiros inadimplentes possuem dívidas mais baixas, com valor de até R$ 1.000,00. Assim, os saques do FGTS podem ajudar a maior parte dos endividados a limpar o nome e recuperar o crédito na praça.
Uso dos saques do FGTS em 2017
O FGTS só pode ser sacado em situações específicas, ou quando o governo permite a retirada de recursos do Fundo. A primeira vez que isso ocorreu foi em 2017, quando o então presidente Michel Temer liberou 44 bilhões de reais para saque em contas inativas do FGTS.
O SPC e a CNDL na ocasião realizaram uma pesquisa para saber como o brasileiro estava utilizando o dinheiro extra. Foram ouvidas 800 pessoas, em 12 capitais. Na época do estudo, aproximadamente 8% dos trabalhadores já haviam recebido os pagamentos do FGTS.
A pesquisa concluiu que a maioria das pessoas (41%) utilizou os recursos retirados do Fundo de Garantia para cobrir as despesas do dia a dia, como supermercado, água, luz e aluguel. Em seguida, vieram os que usaram a quantia para quitar dívidas atrasadas (36%).
Parte dos brasileiros (16%) preferiu guardar o dinheiro ou fazer investimentos. Havia ainda os que optaram pela antecipação de parcelas de contas, como financiamento de carro ou casa própria (10%) e os que quitaram compromissos pendentes (7%). Somente 6% dos trabalhadores utilizou os valores sacados para fazer compras.