Governo federal analisa privatizar cidades inteiras; Entenda!

No novo modelo, uma empresa privada cuidaria das funções governamentais e, em contrapartida, os municípios teriam de pagar uma quantia pelos serviços. 



Está em análise pelo governo federal a ideia de privatizar cidades brasileiras, tendo como base o modelo de gestão “charter cities”. Em tese, uma empresa privada cuidaria das funções governamentais e, em contrapartida, os municípios teriam de pagar uma quantia pelos serviços. 

A medida, que deve ser apresentada ao Congresso ainda este ano, foi amplamente discutida nesta semana durante um seminário promovido pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).

No encontro, questionado sobre a possibilidade de efetivação do projeto, o diretor da Secretaria de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Geanluca Lorenzon, disse que há empenho da pasta em tornar o modelo realidade. 

MP da Liberdade Econômica

Em 2019, a proposta das “charter cities” chegou a ser incluída na Medida Provisória da Liberdade Econômica, que estabelece garantias de livre mercado, análise de impacto regulatório e dá outras providências. Porém, o texto não passou pelo Congresso na época. 

Para este ano, Lorenzon acredita que os parlamentares estão mais dispostos a analisar e discutir o assunto. Segundo ele, por meio de pesquisas, foi possível desenvolver um indicativo da proposta, já com um projeto desenhado a ser apresentado. “[…]  Ele é um tema que tem uma boa recepção e merece ser estudado e passado em 2020”, afirmou.

Inspiração

As charters cities tem como base um modelo de gestão que busca suavizar as barreiras políticas de zonas limitadas, como é o caso dos municípios. A inspiração do sistema tem como origem as cidades de Hong Kong, Shenzhen e Dubai. 

Caso a medida seja sancionada, a empresa responsável por prestar os serviços seria a Free Private Cities. Em nota, a companhia apresentou detalhes sobre o funcionamento, que inclui segurança interna e externa, resolução de disputas independentes e estrutura legal e regulamentar. 

Vulnerabilidade

Ainda durante o seminário de apresentação da proposta na Enap, foram levantados os pontos positivos e negativos do sistema de charter cities. Dentre as vantagens, estariam a diminuição da pobreza, melhoria na qualidade de vida do cidadão e liberdade de entrada e saída dos chamados “fluxos migratórios”. 

Em relação aos pontos fracos, o projeto apresenta vulnerabilidade em relação à sua organização, sobretudo durante os estágios iniciais, em que há a possibilidade de os municípios tornarem-se tecnocracias, com o surgimento de “condomínios de luxo” pela população mais rica. 

Leia também: CCJ aprova projeto que obriga preso a pagar por gastos na cadeia




Voltar ao topo

Deixe um comentário