O vice-presidente Hamilton Mourão declarou recentemente que só seria possível prorrogar o auxílio emergencial até 2021 caso o governo tivesse verba para continuar com os pagamentos. Desta forma, Mourão reforçou a fala de Paulo Guedes, ministro da Economia, que já havia descartado uma nova ampliação do programa.
“Aquela história, né? Mais uma vez, temos dinheiro para pagar? Se tivesse dinheiro para pagar, a gente prorroga, melhora, faz qualquer coisa. Mas, se não tem dinheiro para pagar…e o ministro Guedes é o dono do cofre e o cara que sabe a situação que nós vivemos”, disse o vice-presidente.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também está de acordo com o posicionamento do Governo Federal. Em uma publicação no Twitter, ele compartilhou uma matéria em que Guedes nega a possibilidade de uma nova prorrogação após o fim do auxílio em dezembro, comentando que “A posição da presidência da Câmara é a mesma”.
Maia e Guedes voltaram a entrar em acordo após um “jantar da paz” organizado por ministros, a fim de reaproximá-los. O objetivo era evitar que os impasses entre os dois acabassem travando a aprovação de pautas de interesse do governo.
Guedes nega prorrogação em 2021
Na última segunda-feira, 23, Guedes voltou a afirmar que o governo não irá prorrogar o auxílio emergencial até 2021. Segundo o ministro, a pandemia está cedendo e a atividade econômica está voltando a crescer no Brasil.
Guedes disse durante uma videoconferência que, caso o valor das parcelas fosse mentor, como a equipe econômica havia proposto inicialmente, os pagamentos do programa poderiam durar até um ano. A pasta havia sugerido que o valor das parcelas fosse de R$ 200.
No entanto, o governo aprovou cinco pagamentos no valor de R$ 600, e depois prorrogou o benefício, garantindo mais quatro parcelas de R$ 300 até dezembro. Para conceder os pagamentos adicionais, o governo estabeleceu novas regras e passou a realizar reanálises mensais dos beneficiários. De acordo com o ministro, o programa exigiu muitos recursos dos cofres públicos.
“Os fatos são que a doença cedeu bastante e a economia voltou com muita força. Então, do ponto de vista do governo, não existe a prorrogação do auxílio emergencial”, afirmou Guedes.
O chefe da equipe econômica disse ainda que há uma pressão política para a ampliação do benefício. No entanto, segundo Guedes, todas as decisões do governo serão baseadas em evidências, e que, caso haja uma nova situação de emergência, a pasta saberá como proceder.
Leia também: Auxílio emergencial: Fui demitido em agosto, ainda posso solicitar o benefício?