Eletrobras (ELET3), Taesa (TAEE11) e outras grandes empresas devem participar de leilão de transmissão

Leilão de transmissão que ofertará 11 lotes de concessões em 9 Estados brasileiros deve atrair a participação de gigantes do setor.



O leilão de transmissão que ocorre nesta quinta-feira, 17, deve atrair a participação de grandes investidores do segmento, embora o país enfrente um quadro difícil. O certame ofertará 11 lotes de concessões em 9 Estados brasileiros.

O entendimento entre os agentes financeiros é de que o setor apresenta risco baixo e que há formas de financiamento de longo prazo para os projetos, afirmaram fontes.

Neoenergia (NEOE3), Engie (EGIE3), EDP Brasil (ENBR3), Alupar (ALUP11), Equatorial (EQTL3), Taesa (TAEE11), Isa Cteep (TRPL4), CPFL (CPFE3) e Eletrobras (ELET3) estão entre as interessadas no leilão, que será realizado na B3.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima a movimentação de R$ 7,34 bilhões no certame. A participação das empresas está associada à previsão de retomada da economia em 2021, acredita André Pepitone, presidente da agência.

“O futuro é de recuperação, de investimentos e criação de empregos”, disse Pepitone em um evento da Enel Green Power.

Este ano, a Aneel incluiu novas regras que impedem a troca de comando da concessionária de transmissão antes do início da operação comercial, barrando a entrada de construtoras. Empreiteiras normalmente arrematavam ativos e os revendiam com lucro até a proibição.

Lotes disponíveis no leilão

Ao todo, o certame envolve 11 blocos em licitação, com a contratação de 1.958 quilômetros de novas linhas de transmissão. Os ativos ficam em todas as regiões brasileiras, nos Estados citados abaixo:

  • Amazonas
  • Bahia
  • Ceará
  • Espírito Santo
  • Goiás
  • Mato Grosso do Sul
  • Minas Gerais
  • Rio Grande do Sul
  • São Paulo

O leilão de transmissão vai funcionar em três blocos, nos quais os lotes de linhas serão divididos. Os lances pelos lotes 1, 9 e 10 terão início às 9h; pelos lotes 2, 3, 4 e 5 às 10h30; e pelos lotes 6, 7, 8 e 11 às 11:30h.

Eletrobras quer a região Norte

A Eletrobras já sinalizou que planeja arrematar uma linha de transmissão na região Norte, onde sua subsidiária Amazonas GT já é dona de um trecho.

“A vantagem é que o investimento já está feito”, afirmou Wilson Ferreira Júnior, presidente da empresa estatal.

Mas este certame também terá pouca margem para obtenção de retornos, o que pode restringir o valor dos lances, avaliou relatório do banco Credit Suisse.

Em declaração recente, o presidente da Neoenergia, Mário Ruiz-Tagle, disse que o apetite da companhia para o leilão está condicionado ao cumprimento da disciplina de alocação de capital da empresa.

Assim como a Eletrobras, a Neoenergia deve focar em lotes específicos associados às operações que possuem no momento.

Taesa deve entrar no páreo

Outra companhia que indicou que leilão de transmissão será marcado por rentabilidade foi a Taesa. O diretor de negócios, gestão de participações e de implantação da empresa, Marcus Vinícius disse há alguns dias que a empresa está na etapa de estudos dos lotes desde que recebeu a minuta de edital.

“Vamos nos concentrar naqueles que fizeram sentido em termos de competitividade e lucratividade”, disse ele.

O banco Brasil Plural avaliou em relatório que essa cautela do setor sobre o certame vem das incertezas macroeconômicas, que geram volatilidade nas taxas de juros de longo prazo. Segundo a instituição, isso pode fazer com que haja menos disputa do que nos últimos leilões.

Apesar da expectativa de mais conservadorismo no certame, o banco acredita que Taesa e Engie, podem fazer lances mais agressivos em ativos em São Paulo e no Rio Grande do Sul, respectivamente.

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