A Defensoria Pública da União (DPU) publicou um estudo no qual aponta a necessidade de reajuste do Bolsa Família. No trabalho, a sugestão de aumento para correção do valor é de R$ 190 para R$ 480. O novo benefício teria condições de atender às necessidades básicas dos beneficiários. Lembrando que o programa atende brasileiros de baixa renda, com salários em torno de 1/4 do salário mínimo.
Leia também: Auxílio-inclusão: Saiba quem vai receber o benefício de R$ 550
Para esclarecimento, hoje são atendidos 14 milhões de brasileiros. Contudo, ainda de acordo com o texto, o programa social deve atingir aproximadamente 50 milhões. Só assim o Bolsa Família teria efetividade, segundo a DPU.
O objetivo agora é aproveitar a disposição do atual governo em ampliar o programa. Dessa forma, o estudo da DPU poderia ser utilizado como argumento. Assim, congressistas e servidores do Ministério da Economia seriam pressionados às mudanças.
Aumento do Bolsa Família deve acontecer ainda em 2021
Recentemente, nas redes sociais do presidente, o ministro da economia Paulo Guedes aparece falando do tema. De acordo com ele, o objetivo agora é aumentar em 50% o valor líquido do benefício social.
O Bolsa Família “turbinado” deve receber um novo nome e integra a plataforma eleitoral para o próximo ano. Segundo Guedes, o acréscimo no pagamento do benefício deve ter início ainda em 2021, por volta de novembro.
“O ministro Queiroga [Marcelo Queiroga, ministro da Saúde] prevê que em mais três meses tenhamos o controle epidemiológico. O auxílio emergencial vai até lá e aí aterrizamos no Bolsa Família, que o presidente também já determinou que tem que ter um valor substancial para proteger justamente a população mais frágil”, afirmou.
João Roma, ministro da Cidadania, reiterou que o benefício deve ser alterado já em novembro de 2021. Em seu discurso, a meta é fazer os benefícios aos brasileiros avançarem cada vez mais.
Ainda assim, a previsão máxima dada até agora é a de que o programa atenderia 20 milhões de brasileiros. Além disso, o valor reajustado estaria próximo dos R$ 350. As estimativas ainda estão longe das quais sugere a DPU.
Bolsonaro busca apoio e popularidade por meio de políticas sociais
Vale ressaltar que o presidente Jair Bolsonaro era um crítico duro de programas assistenciais como o Bolsa Família. Por isso, os recentes anúncios de ampliação do programa são interpretados como manobra política pelos especialistas.
Em 2020, o atual presidente da República conseguiu observar a melhora na avaliação de seu governo após o auxílio emergencial. O benefício passou de R$ 300 para R$ 600 após modificações do Legislativo. Ao todo, 68,2 milhões de brasileiros receberam os pagamentos.
Especula-se que Bolsonaro pretende deixar sua marca no Bolsa Família. Há a expectativa de renomeação do programa para “Alimenta Brasil”.
Além disso, o “novo” Bolsa Família deverá se recombinar a outros auxílios pagos pelo Governo Federal. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o auxílio-creche são alguns exemplos.