Clientes de instituições financeiras de todo o país poderão compartilhar dados cadastrais e informações sobre transações bancárias a partir da próxima quinta-feira, 14. Essa é a segunda fase do open banking, sistema do Banco Central que vai permitir o compartilhamento de dados entre instituições com o consentimento de pessoas físicas e jurídicas.
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“A segunda fase começará a ser implementada de maneira gradativa. Isso serve para sentir o sistema, ver se existe algo que precisará de atenção ou reparo para, só então, ganhar escala. Estamos testante esse grande encanamento que é o open banking e a previsão é de ter um fluxo mais aberto apenas em setembro”, explicou Thiago Alvarez, membro do conselho deliberativo do sistema no Banco Central.
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O sistema será implementado de forma escalonada, em quatro ciclos com duração de até duas semanas cada. Entre 15 de julho e 1º de agosto, quando será realizado o primeiro ciclo, somente 0,1% da base de clientes de instituições financeiras será incluída no sistema, que funcionará em dias úteis, das 8h às 18h.
No segundo ciclo, o limite de consentimento irá abranger 0,5% da base de clientes. Já no terceiro, o consentimento será ampliado para 1% da base, com funcionamento 24h por dia às quintas e sextas-feiras. O último ciclo deve terminar no dia 24 de setembro, com previsão de consentimento ampliado para 10% da base.
Mais competitividade
O open banking funciona por meio da integração de plataformas de instituições financeiras, nas quais os dados dos clientes que permitiram o compartilhamento poderão ser acessados. A ideia é que as empresas, em posse de informações como condições de empréstimo, possam oferecer taxas melhores para portabilidade de crédito, por exemplo.
“Assim como o cliente pode optar por compartilhar ou não seus dados, os bancos com os quais ele busca relacionamento também podem decidir por acompanhar ou não as taxas menores. O spread deve cair, mas ainda existe toda análise de risco e de crédito que fica a critério da instituição financeira”, avaliou Walter Franco, professor de economia e finanças da Unicid.
A novidade não terá custos, exceto pela eventual prestação de serviços. Os dados serão compartilhados mediante consentimento de manifestação livre, no qual o cliente manifesta que concorda com a exposição de seus dados ou de serviços pelo prazo máximo de 12 meses.
Fases
Implementada em 1º de fevereiro, a primeira fase do open banking liberou somente o compartilhamento de informações referentes aos canais de atendimento e dispnibilidade de serviços. Na próxima fase, será possível o compartilhamento de dados cadastrais, transações em contas, entre outras operações.
A implementação completa do sistema deve terminar no dia 31 de maio de 2021, com a segurança e sigilo dos dados sendo garantida pelas instituições participantes.