Após quase nove anos da tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, a Netflix anunciou no último dia 23 de novembro que lançará uma minissérie sobre esse acontecimento que matou 242 pessoas e teve mais de 600 pessoas feridas em janeiro de 2013.
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A minissérie será produzida pela Morena Filmes, dirigida pela cineasta Júlia Rezende, e terá como base o livro “Todo Dia a Mesma Noite”, escrito pela jornalista Daniela Arbex. O livro foi lançado em 2018 e traz depoimentos de familiares de vítimas e outras pessoas envolvidas com a tragédia que chocou o Brasil.
A série está prevista para ser gravada em janeiro de 2022, mês em que se completa 9 anos do incêndio.
O diretor jurídico da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, e pai de Rafael Paulo Nunes de Carvalho, jovem que tinha 32 anos e que morreu no incêndio, disse em entrevista que “É muito importante o lançamento de uma série na Netflix sobre o incêndio na Boate Kiss. Para dar mais segurança aos locais em que há falta de segurança. Essas tragédias ocorrem por isso. De tempos em tempos jovens morrem por causa dessa ganância desenfreada, que foi o que aconteceu na Kiss”.
O anúncio de que a tragédia da Boate Kiss será tema de uma série que passará no mundo todo veio à tona poucos dias antes do julgamento de quatro réus apontados como responsáveis pelo acontecido. Os acusados são os sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, e os músicos da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, respondem por homicídio.
Ao longo dos quase nove anos foi constatado que a falta de sinalização, obstrução das saídas e falta de extintores de incêndio, entre outras falhas e omissões, contribuíram para o agravamento da tragédia e o alto número de mortos, as chamas tiveram início por conta do disparo de fogos de artifício durante o show da banda.
A autora do livro que vai basear a série na Netflix, Daniela Arbex, afirmou que futura obra audiovisual representa “um passo importante na construção da memória coletiva do Brasil”.
Meu desejo é que a série nos conscientize sobre a dor do outro e sobre a necessidade de jamais abrirmos mão do exercício permanente da cidadania”, declara ainda a jornalista.
