Preço do café dispara e consumidores recorrem a marcas mais baratas

Após altas, consumidor terá de escolher entre pagar mais caro, optar por um produto com qualidade inferior ou então reduzir o consumo do produto.



O preço do café nas prateleiras dos supermercados tem assustado os consumidores. Um pacote de uma marca tradicional pode custar cerca de R$ 17,99 em muitos lugares – isso sem considerar linhas especiais ou gourmets. E a tendência é de que isso se torne cada vez mais comum.

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Segundo representantes dos produtores de café, tanto da indústria como do comércio, o valor de comercialização do item vai continuar subindo. Com isso, o consumidor terá de escolher entre pagar mais caro, optar por um produto mais barato e com qualidade inferior ou então reduzir o consumo de café.

É o que vem acontecendo nos lares de famílias enquadradas na categoria de extrema pobreza, que passaram a utilizar o mesmo pó em mais de uma coa no dia a dia. Tudo em razão dos altos preços praticados no produto. De acordo com o índice oficial de inflação (IPCA), o valor do café moído subiu em média 35% em 12 meses. Em certos lugares, a alta ultrapassa os 50%.

Mas, afinal, quais as razões para o aumento dos preços?

Representantes dos agricultores e dos industriais do café elencaram alguns dos motivos para a subida no preço do produto:

  • Seca prolongada que se estendeu até 2021, afetando as safras;
  • Aumento no custo de produção em itens como fertilizantes, herbicidas, além de combustível para a torra e transporte do café;
  • A negociação do café é feita em dólar e, com a desvalorização do real, é mais vantajoso exportar o produto, o que faz subir o preço para o consumidor interno;
  • Durante a pandemia, os problemas de logística aumentaram o custo das commodities em geral, como a soja, minério de ferro e o petróleo;
  • A safra 2021 foi menor em razão das secas e geadas. Dessa forma, quanto menos café disponível, maior será a pressão sobre os preços.

Além disso, como destaca Silvio Farnese, diretor de comercialização e abastecimento do Ministério da Agricultura, os consumidores brasileiros ainda não sentiram todo o impacto dessas variáveis, e que os produtores ainda não repassaram todos os aumentos.

Dessa forma, a previsão é que não haja uma queda tão cedo sobre o valor de venda do produto. De acordo com o executivo, o país possui estoque para o abastecimento, porém não em volume suficiente para garantir uma melhor oferta de preço ao mercado interno.




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