scorecardresearch ghost pixel



Homem que se declara mulher pode se aposentar mais cedo?

De acordo com decisão do TCE, o que vale para aposentadoria de pessoas trans é o gênero que presente na certidão de nascimento. Entenda.



Ainda existem muitas dúvidas em relação às regras de aposentadoria em casos de mudança de sexo/gênero. Atualmente, a legislação previdenciária estabelece tempos de contribuição diferentes para homens e mulheres, mas sem definir regras claras no caso de pessoas trans ou não-binárias.

Leia mais: INSS pagará revisão dos auxílios a quase 11 mil pessoas em maio

Porém, de acordo com o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE-SC), se um servidor público tiver alterado o gênero com o qual ele se identifica, o cálculo deve ser feito de acordo com o registro civil de nascimento, que foi modificado após a decisão do interessado.

Tal entendimento foi uma resposta a uma consulta realizada pelo Instituto de Previdência de Itajaí sobre como devem ser aplicadas as regras de aposentadoria em caso de mudança de sexo.

Conforme explica a decisão do TCE-SC, a princípio, o que é levado em consideração para a aposentadoria é o gênero presente na certidão de nascimento, documento necessário durante o requerimento do benefício previdenciário.

Caso essa alteração aconteça após o contribuinte dar entrada, o pedido deverá ser analisado com base no novo gênero que aparece no registro. Além disso, de acordo com o TCE-SC, não pode haver tratamento diferenciado em relação à tramitação de aposentadoria no caso de pessoas trans.

Aposentadoria de pessoas trans

De acordo com a  presidente da Comissão de Biodireito e Bioética da Associação de Direito das Famílias e Sucessões (ADEFAS), Ana Claudia Brandão, a decisão do TCE-SC é problemática, pois apenas produz efeitos para o futuro, sem capacidade de retroagir. “O novo sexo irá regular as relações jurídicas a partir da alteração”, declara Brandão.

Para ela, em tese, o tempo exigido para a aposentadoria de pessoas trans deveria ser avaliado levando em consideração o sexo biológico até a data em que a mudança de gênero foi concretizada. Após a troca no registro, a contagem do tempo poderia ser feita considerando o novo gênero do documento.

Mudança do registro é permitida por lei

Segundo orientações do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2018, uma pessoa transexual – que não se identifica com o sexo biológico com o qual nasceu – tem o o direito de solicitar a mudança do seu registro civil, na troca de nome e gênero.

Segundo a decisão, isso deve ser feito mesmo se a pessoa não tenha se submetido à cirurgia de redesignação sexual.




Voltar ao topo

Deixe um comentário