A invasão da Rússia à Ucrânia que elevou os preços do petróleo no mercado internacional deve chegar ao Brasil em breve. Nesta segunda-feira, o barril do Brent ultrapassou os US$ 130, chegando perto do recorde de US$ 147,50 registrado em 2008.
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Segundo a agência de notícias Reuters, a Petrobras está aguardando apenas um sinal verde do governo para aplicar um novo reajuste nos preços dos combustíveis. O último aumento ocorreu em 11 de janeiro, quando o barril do petróleo estava na casa dos US$ 83.
A diferença entre os valores da gasolina e do diesel no país e o praticado internacionalmente chegou a 25%, maior patamar em dez anos. Os dados são da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
A Petrobras também planeja alertar o governo sobre a possibilidade de desabastecimento em algumas regiões brasileiras, disseram fontes ouvidas pela Reuters. Nesse meio tempo, pequenos comerciantes estão cancelando importações para evitar prejuízos.
Em meio a esse cenário, o presidente-executivo da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, teria cancelado uma viagem aos Estados Unidos. Na ocasião, ele discutiria o aumento dos preços com o governo durante a conferência de energia CERAWeek.
Medida emergencial
Para freiar os preços nas bombas, o governo estaria estudando a utilização de dividendos da petroleira estatal para oferecer subsídios a curto prazo. Cerca de R$ 40 bilhões em lucro recebido pela União poderão ser destinados a este fim.
O Planalto acredita que essa é a única saída para evitar que a gasolina ultrapasse os R$ 10 o litro, embora ainda haja bastante resistência de outros membros do governo. Em 2021, a Petrobras distribuiu US$ 37,3 bilhões em dividendos.
Outros dois projetos de lei que visam abaixar os preços dos combustíveis devem ser discutidos nos próximos dias no Senado Federal, mas o governo busca uma solução mais imediata para o problema.