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Quanto a gasolina deve subir após a alta internacional do petróleo?

Política de preços dos combustíveis adotado pelo Petrobras leva em conta as cotações internacionais do petróleo.



O preço barril do petróleo Brent fechou a última quinta-feira, 3, a US$ 110, valor que não era registrado desde 2014. As cotações da commodity foram impulsionadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia, o que deve ter reflexos no Brasil em pouco tempo.

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Analistas já veem o barril a US$ 150 caso o conflito se prolongue. Se isso acontecer, o recorde será equiparável a 2008, durante a crise econômica global desencadeada pela bolha imobiliária nos Estados Unidos.

Por aqui, os efeitos ainda não foram sentidos como possivelmente serão. O último reajuste da Petrobras nos preços da gasolina ocorreu em 12 de janeiro, o que significa que já são mais de 50 dias sem novos aumentos. Mas especialistas alertam que o cenário devem mudar em breve.

Política de preços

A estatal não anunciou acréscimos nos combustíveis nas últimas semanas porque o real vinha em uma trajetória de valorização em relação ao dólar. A moeda norteamericana é um dos componentes que influencia no cálculo dos preços praticados pela Petrobras.

Segundo o economista Ricardo Coimbra, conselheiro do Corecon-CE (Conselho Regional de Economia), o dólar na casa dos R$ 5 balanceou a valorização do petróleo. No entanto, a moeda dos Estados Unidos voltou a subir, e isso deve ser decisivo para um possível novo reajuste.

“A Petrobras ainda não aplicou esses efeitos no preço da refinaria pela volatilidade do mercado, o que deverá ocorrer nos próximos dias”, opina Bruno Iughetti, consultor na área de petróleo e gás.

Alta é esperada

Para Coimbra, as regras adotadas pela estatal não dão outra saída além do aumento. “A Petrobras não tem muito o que fazer, porque a política dela é de repasse nos preços. Já nesses dias, ela já está comprando petróleo e derivados com preços mais elevados. É provável que já nos próximos dias, já tenha novos repiques de preços de combustíveis“, diz.

A expectativa é a mesma de Ricardo Eleutério, economista e professor da Unifor. “Deve ter alta, dado que a política para a definição de preços dos combustíveis no Brasil não se alterou e continua acompanhando o comportamento do preço do barril no mercado internacional e a cotação do dólar”, afirma.

Segundo ele, a guerra no leste europeu terá um efeito recessivo na economia do Brasil. “É tudo o que não precisávamos depois de dois anos de pandemia”, completa.

Coimbra afirma que o que resta agora é aguardar para saber se a decisão de liberar estoque de petróleo tomada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, será suficiente para evitar a disparada nos preços.




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