Auxílio Brasil: orçamento do programa poderia ser 5x maior com lucro da Petrobras

Montante que entra nos cofres públicos chega a R$ 675 bilhões, enquanto programa tem gasto previsto de R$ 89 bilhões para este ano.



O governo federal é o maior acionista da Petrobras, que entre janeiro de 2019 e março deste ano pagou R$ 447 bilhões em dividendos, impostos e royalties somente para a União. Considerando o faturamento de R$ 1,16 trilhão apurado no período, a injeção nos cofres públicos chega a 38,5% do total.

Leia mais: Auxílio Gasolina: Quando será liberado o benefício de até R$ 300 a motoristas?

O valor repassado para as três esferas do governo está na casa dos R$ 675 bilhões, cinco vezes o orçamento do Auxílio Brasil previsto para 2022, que é de R$ 89 bilhões. O montante também se aproxima dos gastos relacionados à covid-19 em 2020, em torno de R$ 524 bilhões.

Para o diretor executivo interino da Instituição Fiscal Independente (IFI), Daniel Couri, a Petrobras é muito importante para a saúde financeira do país. Em média, a empresa responde por cerca de 1% a 2% do total da arrecadação federal.

“Provavelmente, sozinha, a Petrobras consegue pagar todas as despesas de saúde no Brasil”, afirma o especialista.

Críticas de Bolsonaro

Após a divulgação dos resultados da empresa na última quinta-feira, 5, o presidente Jair Bolsonaro criticou o número, considerando por ele um “estupro” e um “crime”. Mesmo assim, o mercado recebeu com bom humor o resultado do primeiro trimestre, que deve gerar R$ 48,5 bilhões em dividendos.

“No geral, os resultados foram muito bons, mas os dividendos roubaram a cena”, desse o banco Credit Suisse em relatório a clientes.

“Os dividendos estão proporcionando aos investidores um bom retorno total das ações, apesar do ruído político que mantém os preços (e índices) das ações reprimidos”, completou a XP.

Mesmo com as reclamações de Bolsonaro, o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, afirmou que a política de preços atrelada à variação do petróleo no mercado internacional será mantida. “Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado”.




Voltar ao topo

Deixe um comentário