O Senado Federal aprovou a medida provisória (MP) publicada pelo governo federal em 31 de dezembro de 2021 que fixa o salário mínimo de 2022 em R$ 1.212. Embora o valor esteja em vigor desde então, o texto precisava do aval do Congresso para se tornar lei.
Leia mais: Lira: Câmara vai continuar votando propostas sobre preço dos combustíveis
O documento já foi aprovado na Câmara dos Deputados e agora passa a depender apenas da sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Sem aumento real
O reajuste adotado não representa aumento real para os brasileiros, apenas corrige as perdas no poder de compra causadas pela inflação. O cálculo considera alta acumulada de 10,18% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2021.
Atualmente, o salário mínimo é usado como referência para 56,7 milhões de cidadãos, sendo 24,2 milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Formalidade
Na visão da senadora Soraya Thronicke, relatora do texto, o procedimento é apenas “uma formalidade”, tendo em vista que o valor é adotado desde de janeiro. Ela se disse “constrangida” com a manutenção dos R$ 1.212, e criticou a polarização ideológica.
“Essa polarização, na verdade, não passa de uma grande cortina de fumaça que todos nós caímos quando não prestamos atenção, que os nossos problemas, de todos os brasileiros, é um só: é a economia, é fazer esse país prosperar. Então as pessoas ficam se iludindo, se distraindo com bobagens que não vão colocar comida na mesa dos brasileiros”, afirmou.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ressaltou que o mínimo deveria ser bem maior, mas garantiu que isso não é possível devido à responsabilidade fiscal.
“Nós temos problemas reais no Brasil, que são os problemas dos dois dígitos. Os dois dígitos da inflação, os dois dígitos dos juros, os dois dígitos do desemprego, os dois dígitos que se aproximam o preço da gasolina, em alguns lugares já a R$ 10 no Brasil. Portanto, esses são problemas reais que se resolvem com soluções verdadeiras, propositivas. E há o problema criado como cortina de fumaça para esconder os problemas verdadeiros”, disse.
