O McDonald’s decidiu retirar o McPicanha do mercado após a denúncia de que o hambúrguer não leva picanha em sua composição. Agora, a bola da vez é o Burger King, que admitiu na última segunda-feira, 2, que seu Whopper Costela não tem costela.
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A empresa afirmou em nota que o hambúrguer é feito com paleta suína e “leva em sua composição aroma de costela 100% natural sem qualquer ingrediente artificial”.
“A transparência para com os nossos clientes é um valor fundamental e inegociável para o Burger King”, disse a gigante do fast-food, acrescentando que “sempre trouxe com clareza em sua comunicação e em todos os materiais e peças publicitárias, cardápios e materiais oficiais de marca a composição do hambúrguer presente no sanduíche — feito com carne de porco (paleta suína) e sabor de costela”.
Embora o BK siga argumentando que houve clareza, um dos personagens da propaganda de divulgação da novidade fala: “hambúrguer de costelinha, né?”, é respondido pelo apresentador dizendo que é “carne grelhada no fogo sabor costela suína”.
Notificação
A explicação foi semelhante à do McDonald’s, que explicou que hambúrguer do McPicanha era feito de “100% carne bovina, produzida com um blend de cortes selecionados” e o “exclusivo molho sabor picanha”.
O Ministério da Justiça e os Procons de São Paulo e do Distrito Federal notificaram a empresa, que decidiu retirar a linha do mercado e lamentou que a “comunicação criada sobre os novos produtos possa ter gerado dúvidas”.
No documento, o Ministério da Justiça diz que a rede pode ter adotado “possível prática de propaganda enganosa” ao divulgar o McPicanha, uma vez que há “suspeita de vender hambúrguer sem o ingrediente principal”.
“O McDonald’s deve esclarecer se o produto tem picanha em sua composição, a porcentagem e se ocorreu alteração no percentual do corte após divulgação da linha de hambúrgueres. Na ausência, sendo o produto apenas ‘saborizado’, a empresa deve informar os ingredientes envolvidos na composição do hambúrguer e se de alguma forma o consumidor foi informado da falta de picanha”, afirma a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), órgão ligado à pasta da Justiça.