A Casa Branca declarou na última segunda-feira, 27, que a Rússia deu um calote em seus títulos soberanos estrangeiros, situação que não ocorria desde 1981. Por conta da guerra na Ucrânia, as sanções impostas à federação russa acabaram por excluí-la do sistema financeiro global.
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Tal episódio pode ser benéfico para o Brasil. Considerando que a Rússia sempre ocupou posição de país emergente de peso, firmando acordos comerciais com Ásia e Europa, o Brasil acabou sendo visto como opção segura desde o início do conflito no leste europeu para a alocação de recursos.
“O Brasil já veio com esse direcionamento de recursos, ainda mais puxado também pelas altas das commodities, que deixou o país bem atrativo para o investidor que procura um pouco mais de risco no mercado”, explicou o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni.
O analista de investimentos da Empiricus, Matheus Spiess, também reforça que o perfil do Brasil facilita essa busca, mesmo diante da crise global enfrentada por países emergentes. O alinhamento sociocultural com as economias ocidentais é um dos pontos positivos que garantem essa ligação.
Rompimento com a Rússia
Países como a China e a Índia, por exemplo, não geram muita tranquilidade aos investidores. Enquanto a China tenta lidar com os constantes lockdowns e as notícias de interferências do governo, a Índia tornou-se um dos países mais caros para se investir. Além disso, ambos mantém negociações com a Rússia, o que desagrada veemente os EUA.
Porém, especialistas reforçam que o Brasil também integra a lista de países economicamente emergentes que ainda não romperam definitivamente com a Rússia. Vale destacar que a tríade integra o grupo dos Brics (Brasil, Índia, Rússia,China e África do Sul), o que pode penalizar o território brasileiro em alguns aspectos.