O atual cenário econômico dos Estados Unidos tem levado alguns especialistas a considerarem a possibilidade de uma recessão no país. Entre os motivos internos e externos, são citados fatores como pandemia, guerra, inflação e rali das commodities.
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O Credit Suisse afirmou em maio que a chance de uma recessão para os norteamericanos no segundo semestre de 2023 é “muito alta”. O banco também citou a queda nas projeções de lucros das empresas devido à piora das perspectivas econômicas.
Em meio a esse quadro, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, adota uma postura apaziguadora. Por outro lado, o ex-secretário do Tesouro, Larry Summers, chef a dizer que “certamente há um risco de recessão no próximo ano”.
Quem tentou lutar com todas as armas para apoiar a economia durante a pandemia foi o Federal Reserve (Fed). O Banco Central dos EUA segurou os juros baixos e comprou US$ 120 bilhões em títulos mensalmente.
O que dizem os especialistas?
“As taxas de juros e de desemprego estão muito baixas e reajustar os juros não vai aquecer a economia tão rápido. Por isso, a gente deve ter dois ou três anos complicados pela frente. Agora, se isso vai virar uma recessão, só o tempo dirá”, afirma Beto Assad, analista de ações e consultor financeiro do aplicativo Kinvo.
Já o pesquisador Livio Ribeiro, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), lembra que desaceleração econômica não é o mesmo que recessão.“Para conseguir trazer a inflação de volta para a meta de médio prazo, o crescimento da economia precisa ser menor. Mas isso não significa uma contração econômica, que aí sim seria uma recessão”, diz.
Os sinais de que ela realmente vem aí são muitos. Eles passam pela alta taxa de desemprego e menor abertura de postos de trabalho, mas também são vistos por meio de índices como a confiança do consumidor, que caiu para a mínima de 50,2 em junho.
Somado a isso está a aversão a riscos dos investidores e a alta nos preços. Para evitar o aumento da inflação, o Fed começou a elevar a taxa de juros.
“É muito fácil a gente falar que eles erraram depois que já aconteceu. Mas, sim, o Fed deveria ter mexido nos juros antes, porque o resultado desses reajustes demora para acontecer”, avalia Assad.