O governo federal liberou na última semana aos trabalhadores com conta no Fundo Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a possibilidade de reservar ações da Eletrobras utilizando recursos do programa. Porém, durante o processo de capitalização da estatal, a demanda acabou sendo maior que a oferta reservada.
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Com isso, os que aplicaram o dinheiro não poderão ficar com todas as ações que queriam. A princípio, o limite estimado era de R$ 6 bilhões, no entanto, os pedidos de compra dos papéis da Eletrobras atingiram aproximadamente R$ 9 bilhões. O governo então precisou fazer uma espécie de rateio para que os investidores com o FGTS pudessem utilizar seus recursos.
Nesse sentido, quem pretendia comprar R$ 1 mil de ações da companhia energética, por exemplo, poderá utilizar apenas R$ 667 no negócio, o equivalente a 67% do total previsto nesta situação. Para não deixar o trabalhador no prejuízo, a diferença não utilizada será devolvida diretamente à conta FGTS de origem.
Alta demanda
O processo de compra de ações da Eletrobras movimentou R$ 33,6 bilhões, com uma alta demanda que chegou na casa dos R$ 70 bilhões. Do total da operação, a divisão ficou da seguinte forma:
- R$ 3 bilhões ficaram com investidores do varejo;
- R$ 4,5 bilhões com os acionistas atuais;
- R$ 6 bilhões foram destinados aos detentores de contas do FGTS; e
- O restante dos papéis foram parar nas mãos de outros novos acionais.
Importante destacar que as ações da nova Eletrobras começam a ser negociadas a partir desta segunda-feira, 13, na Bolsa de Valores. O preço inicial de cada papel é de R$ 42.
Como serão utilizados os recursos da venda da companhia?
O governo federal pretende utilizar os recursos obtidos na capitalização da Eletrobras para renovar a concessão de 22 hidroelétricas que já fazem parte do portfólio da companhia. Atualmente, essas usinas comercializam energia no mercado com valores mais baixos, por meio do regime de cotas.
Com a venda da empresa, e o surgimento da nova Eletrobras, a ideia é vender energia a preços mais lucrativos. Além disso, o governo também pretende utilizar parte dos recurso da capitalização para compensar os estados, que devem começar a cobrar menos ICMS em breve sobre a energia elétrica e combustíveis, como a gasolina e diesel.